O maestro Gustavo Dudamel, regendo a Sinfônica Simón Bolívar, nessa quinta-feira (10/07), conseguiu o que parecia impossível no Teatro Municipal: ninguém tossiu, pigarreou, nenhum celular tocou e nenhum barulho de papel de bala foi ouvido durante uma hora e vinte minutos de duração da Sinfonia de Mahler nº 9. A apresentação foi tão fora do comum – os pianíssimos dos instrumentos eram em volume quase inaudível – que, no final, o regente voltou ao palco sete vezes para os aplausos. Mas, cansado, não deu bis.
Embora o concerto tenha terminado com sucesso, nem tudo nos bastidores correu bem. Grupos diferentes de músicos da orquestra foram assaltados duas vezes em Copacabana e perderam carteiras e celulares. Na noite da apresentação, mais de 100 crianças da rede pública de ensino aguardavam a orquestra às 18h no Municipal, para assistirem ao ensaio geral. Porém, com o trânsito horroroso do Rio, os músicos, vindos do hotel em Copacabana, chegaram às 19h30 e, então, não houve mais tempo para ensaio nenhum. Ao saber que as crianças haviam voltado para casa, o venezuelano prometeu encaixar o Brasil em sua agenda de 2015.
Dudamel anda em alta no meio musical – é grande o rumor de que ele irá substituir Simon Rattle à frente da Filarmônica de Berlim, em 2018. Acompanhando a orquestra Simón Bolívar também veio ao Rio o maestro José Antonio Abreu, criador de “O Sistema”, método que dá educação musical gratuita para crianças e jovens de todas as camadas sociais na Venezuela. (Por Marcia Bahia)