Nem todos os moradores da Barão da Torre ficaram satisfeitos com as explicações dadas, nesta terça-feira (20/05), pelo Consórcio Linha 4 Sul sobre as duas crateras abertas na rua, em Ipanema, em consequência das obras do Metrô. Com o anúncio de que o tatuzão vai voltar a operar em até dois meses, muitos entraram em desespero e vão manter as faixas de S.O.S penduradas nas fachadas. O comunicado assegura que o incidente foi localizado e que a probabilidade de ocorrer um problema parecido é baixíssima.
“Cada vez que o tatuzão foi usado provocou tremores e rachaduras assustadoras nos prédios”, conta o produtor cultural Robert Guimarães, morador da rua. “Não podemos deixar uma tragédia ocorrer para, só então, agirmos”. Ele se refere, no caso, ao ocorrido em São Paulo, em janeiro de 2007, quando uma cratera se abriu no canteiro de obras da Linha 4 do Metrô e deixou sete mortos e 230 moradores sem casa. Até hoje, nenhum dos 14 acusados pelo acidente foi a julgamento e os crimes começam a prescrever em 2015.
Robert também diz que um amigo seu, morador do Catete, teve vidraças quebradas e rachaduras nas paredes do seu apartamento por causa da construção da estação naquele bairro, e não conseguiu ser indenizado.
“Muito pior que o prejuízo material é a possibilidade da perda de vidas. O que queremos saber é quem está assumindo, por escrito, a segurança dos moradores? O Governo, a Prefeitura, a Georio? A falta de informação é total”, conclui.