Andreas Valentim tinha seis anos de idade nos anos 60 quando teve Hélio Oiticica como professor particular de arte, durante seis anos. Em 1974, foi cursar cinema em Nova York, reencontrou seu mestre e participou de vários projetos com Oiticica. Seu irmão, Thomas, que também estava na cidade, colaborou, inclusive, na criação de uma das peças importantes de Oiticica, Cosmococas. Os dois irmãos retornaram ao Rio, mas continuaram a se comunicar com o artista plástico por cartas e telefone. Foi, então, que surgiu a ideia conjunta de inflarem um balão sobre o píer de Ipanema, com a frase “Call me helium”, tirada da última entrevista de Jimi Hendrix: “Quando as coisas estiverem pesadas demais, chamem-me de hélio, que é o gás mais leve que existe”.
Só agora, 40 anos depois, a dupla vai conseguir concretizar o projeto, com o içamento do balão em duas ocasiões. A primeira, na Praia de Ipanema, no antigo píer, dia 4 de maio; e a segunda, dia 10, na inauguração da mostra, no Centro Cultural Correios, onde o balão vai permanecer flutuando até o fim da exposição, dia 13 de julho.
Na época, Oiticica ficou eufórico com a ideia dos irmãos, que comunicaram a ele numa carta: “Vamos inflá-lo com hélio num domingo muito ensolarado e muito movimentado no píer…Acho que seria legal, algo diferente acontecendo nas praias do Rio”.
Perguntado se está achando que, atualmente, as coisas andam pesadas demais no Rio, Andreas Valentim riu e concordou: “Vamos inflar o balão para amenizar as coisas…”