O brasileiro Maarten van Sluys, que perdeu em 2009 a irmã Adriana Francisco no voo da Air France 447, acaba de voltar de Kuala Lampur, na Malásia, onde ajudou os familiares das vítimas do voo MH370 a dar os primeiros passos para a criação de uma associação. Ele foi um dos fundadores da Associação dos Familiares das Vítimas do Voo 447 e entregou aos malaios o estatuto traduzido para o inglês.
Maarten foi até lá pagando as próprias despesas. “Fui para exercer uma atividade de cidadania. Foi uma decisão pensada e da qual me sinto muito recompensado. Se existe algo que fica da perda da minha irmã, basicamente, será poder ajudar outros”.
Maarten prefere não falar de dinheiro, mas a grande maioria dos familiares das vítimas ligadas à sua associação – que lutou pelos direitos de parentes de 28 dos 58 brasileiros mortos no acidente aéreo – recebeu indenização. Ele considera o fato de a Procuradoria da República ter pedido, no início do mês, pena de até 24 anos de prisão para a ex-diretora da Anac Denise Abreu e para o ex-diretor da TAM Marco Aurélio Miranda e Castro, como responsáveis pelo acidente do voo JJ3054, em 2007, no Aeroporto de Congonhas, é reflexo da luta da sua associação.