O psicanalista carioca Antonio Quinet (um dos maiores lacanianos do Brasil) não poderia imaginar o tamanho da dor de cabeça que viria depois de ter o celular roubado durante uma viagem a Miami. De posse do aparelho e da extensa lista de e-mails, um golpista vem se fazendo passar por Quinet e enviando mensagens de socorro aos contatos da agenda: conta que está em Limassol, no Chipre, sem os documentos e sem dinheiro, perdidos junto com uma bolsa. Para completar, pede ajuda financeira aos “amigos” – cerca de R$ 3.100.
O email diz: “Desculpe incomodá-lo. Estou em uma situação terrível agora e eu preciso de sua ajuda urgente. Estou em Limassol, Chipre, no momento, e eu perdi meu saco contendo o meu passaporte, telefone e dinheiro. Estou tentando resolver as coisas com as autoridades necessárias, Por favor, eu preciso de sua ajuda”. Uma amiga de Quinet respondeu à mensagem e obteve a seguinte explicação: “Foi um incidente horrível. Entrei em contato com a embaixada, a fim de obter um passaporte temporário e eles estão me ajudando com a minha documentação. Eu preciso urgentemente tomar emprestado cerca de €950, a pagar algumas contas e obter um bilhete de avião. Eu vou pagar de volta tão logo estou de volta. Deixe-me saber se você pode ajudar para que eu possa transmitir-lhe detalhes para fazer a transferência”.
Desconfiada, a amiga do psicanalista ligou para seu consultório, nesta segunda-feira (10/03), e teve uma surpresa: Quinet estava aqui no Rio, trabalhando normalmente. Ele analisa que medidas poderá tomar para impedir que o golpista continue a agir – por enquanto, a divulgação do caso é a maneira mais eficiente. Até onde ele saiba, um amigo italiano já caiu no golpe.