Durante alguns anos, fui casada sem ser, e acredito que isso aconteça com grande parte dos casais…
Para que haja um casamento, é preciso que, antes de qualquer coisa, seja dado um laço de “cumplicidade de almas” entre as duas pessoas, uma cumplicidade indestrutível.
A palavra é um dos mais fortes meios de comunicação e expressão do que se passa no íntimo de uma pessoa; no entanto, costumamos usá-la apenas para expressar nossas ideias e pensamentos. E, infelizmente, muito raramente para dar a conhecer o nosso ser, sempre oculto atrás do orgulho.
Vejo completos desconhecidos vivendo juntos por longos anos, sem que um jamais haja tocado a alma do outro; e é no conhecimento mais íntimo do “eu”’ que começa o caminho para a cumplicidade.
A amizade, o respeito e o carinho mútuos transformam a relação sexual em um momento de troca de amor muito mais intenso e gratificante que a simples atração física, que nada mais é do que a supervalorização da química, em detrimento do sentimento profundo.
A necessidade de autoafirmação de nos provarmos (a nós mesmo e ao outro) é o que gera a competição destrutiva… E, enquanto ela existir entre um casal – o que é muito mais comum do que se pensa -, é impossível existir cumplicidade ou o que chamamos de “‘casamento”…