A morte da auxiliar de serviços gerais Cláudia Ferreira da Silva, jogada no porta-malas de uma viatura da Polícia Militar depois de ser baleada em Madureira, zona norte do Rio, chocou todo o Brasil – até a Presidente Dilma Rousseff usou o Twitter para desabafar, nesta terça-feira (18/03) –, e, no que depender da mobilização dos cariocas, não ficará impune. Já corre nas redes sociais uma campanha que exige da Secretaria de Segurança do Rio uma explicação para o fato de o carro da PM envolvido no caso não ter câmera, contrariando uma lei estadual de 2009.
“O que descobriríamos se essa viatura tivesse câmeras, como manda a lei?”, indaga a rede Meu Rio, que tem mais de 70 mil seguidores no Facebook e dedica-se a pressionar as autoridades, de todos os níveis, pelo fim dos desmandos que prejudicam a sociedade civil. O movimento lançou um abaixo-assinado virtual, que está sendo encaminhado ao Secretário de Segurança Mariano Beltrame. O documento lembra que todas as viaturas da polícia do Rio são obrigadas a ter duas câmeras gravando áudio e vídeo, 24 horas por dia. Em quatro anos, no entanto, menos de 1.000 veículos policiais receberam o equipamento.
Os três policiais que estavam na viatura que arrastou o corpo de Cláudia por 250 metros, depois que o porta-malas se abriu quando ela era levada para o hospital, baleada, permanecem presos – dois deles já responderam a inquéritos por homicídio. O Governador Sergio Cabral exigiu que eles sejam expulsos da corporação. E a Presidente Dilma, em seu Twitter, expressou solidariedade à família de Cláudia: “…Tinha 4 filhos, era casada havia 20 anos e acordava de madrugada para trabalhar em um hospital, no Rio. A morte de Cláudia chocou o País. Nessa hora de tristeza e dor, presto a minha solidariedade à família e amigos de Cláudia”, escreveu.