Depois de Copacabana, bem que a Prefeitura poderia fazer uma escultura com o lixo recolhido também na Praia de Botafogo, a fim de alertar a população para a responsabilidade de cada um em manter a cidade limpa. As fotos nem precisariam de legenda, mas lá vai: tampa de vaso sanitário, latas de tudo que é tamanho, embalagens de todos os tipos, muito papel e plástico, roupas sujas, restos de calçados e placas de madeira “enfeitam” a enseada, um dos cartões postais cariocas mais conhecidos no mundo. De frente para o Pão de Açúcar e sob os braços do Cristo Redentor, “o Rio está podre”, comentou uma moradora.
Quem costuma passar por ali – a ciclovia e a pista de caminhada são usadas por milhares de pessoas – conta que os garis e os tratores da Comlurb trabalham diariamente na areia, mas é tanto lixo que não haveria companhia de coleta no mundo capaz de responder a essa lamentável demanda. É um círculo vicioso: além do lixo atirado no local, a maré traz tudo que é jogado em rios e mares que desaguam na Baía de Guanabara, uma vez que 70% do esgoto na cidade não são tratados. “Um pouco mais de educação do povo já ajudaria”, reagiu um ciclista, completando: “Somos muito porcos”.