Ela é o que parece: doce, tranquila e gentil – virtudes essenciais a todos nós e, acima de tudo, àqueles que precisam lidar diariamente com o público e as emoções. A bela Júlia Lemmertz encara com serenidade todas as etapas da vida e da profissão; agora, prepara-se para viver a nova “Helena” de Manoel Carlos, na novela “Em Família”, com estreia prevista para o próximo fevereiro.
O título é bem apropriado; está cheio de simbologia para Júlia. A mãe, Lilian Lemmertz, viveu a primeira “Helena” de Maneco, em 1981. A filha, Luiza, será sua colega de elenco – vai interpretar a mesma personagem, quando mais jovem. “Essa Helena é muito vital, com atitude, sofre a consequência das escolhas. A expectativa é de um grande personagem, cheio de significados para mim e pro Maneco”, diz ela, sobre a protagonista.
Júlia parece não sentir o peso de ser comparada à mãe, uma das maiores atrizes brasileiras, morta prematuramente, aos 48 anos, de enfarte. Passados 27 anos, ela apenas quer fazer um grande trabalho. Como sempre. “Vou fazer o melhor que posso, como qualquer personagem teria de mim. Os significados são profundos, mas são pra mim. Eu quero é ter prazer”, explica. Veja a entrevista com Júlia Lemmertz na coluna “Invertida”.
UMA LOUCURA: “Loucura é ser atriz e viver disso”.
UMA ROUBADA: “Ir de Ipanema pra Barra no final do dia é uma roubada. Além do Projac (em Jacarepaguá), às vezes, tem filme, peça – só por muito afeto e amizade”.
UMA IDEIA FIXA: “Nada é fixo, nem as ideias. Uma hora, você acha que é uma coisa, que é de um jeito – e nada tem de ser apenas do seu jeito; tudo pode ser mais maleável na vida. As coisas sempre têm um outro lado”.
UM PORRE: “Tomei um porre de Tequila aos 16 anos, primeiro e único. Não bebo muito; sou normal, adoro vinho”.
UMA FRUSTRAÇÃO: “Frustração é não saber tocar um instrumento. Tentei violão, não fui à frente; queria mesmo era tocar piano. Pra algumas coisas dá tempo, mas não há tempo”.
UM APAGÃO: “Apagão eu tive depois do porre de tequila”.
UMA SÍNDROME: “Nenhuma síndrome”.
UM MEDO: “Medo da violência, de qualquer tipo: física, psicológica, seja qual for. O mundo tá muito violento, as pessoas se tratam muito mal. Sou contra uma violência gratuita”.
UM DEFEITO: “Meu defeito é a preguiça; deixo de ir a muitas coisas, vivo gravando. Adoro ficar em casa sem fazer nada, mas têm coisas que é preciso fazer. Só gosto de ir a festa que eu quero ir, e não que eu tenha que ir”.
UM DESPRAZER: “Desprazer é ver a nossa vida política: tá difícil. O Mensalão, por exemplo, a gente paga pra eles serem sacanas com a gente e vai se fazer tudo de novo, depois de ter demorado tanto! O fato é que estão aí soltos, fazendo o que querem”.
UM INSUCESSO: “Tentar fazer o meu filho comer feijão”.
UM IMPULSO: “O impulso de ajudar o próximo, seja ele quem for”.
UMA PARANOIA: “Sou bem tranquila”.