Com seus aluguéis caríssimos, a zona sul carioca vem afastando marcas importantes, que se mudaram para pequenos ateliês, pegaram a ponte aérea ou simplesmente deixaram de existir. Mas, com sua vocação inabalável para a moda, as artes e a cultura, o Rio sempre se reinventa – e uma opção é investir em endereços alternativos. Depois das marcenarias de grife, que atravessaram o Túnel Santa Bárbara e se instalaram no Santo Cristo, chegou a vez de estilistas e artesãos mostrarem o potencial da zona norte.
Nem só de Jardim Botânico vivem os ateliês bacanas. Quatro marcas apostam no passado boêmio de Vila Isabel como inspiração para um novo espaço criativo: o Craftart. Além de reunir quatro marcas – Zizi Anil (moda feminina), Ateliênet (acessórios femininos), Santa Frescura (decoração e acessórios) e Wallderfull (encadernação artística), o local pretende servir como celeiro; terá cursos e oficinas. “Infelizmente, no Brasil, o artesanato é visto como algo para ganhar um dinheirinho extra. Mas, a realidade dos nossos profissionais é outra. Eles investem em especialização, materiais de qualidade e participam de eventos no exterior”, diz Sônia Zuchelli, do Ateliênet.
A turma do Circuito Carioca de Moda já percebeu que o sucesso pode estar a uns poucos quilômetros da zona sul. A primeira edição do evento aconteceu em São Cristóvão e deu tão certo que tem mais no mês que vem (03 a 06/10). Mais de 50 marcas – Complexo B e VYX Ipanema, entre elas – vão oferecer descontos de até 70% na feira que vai ocupar o Museu Conde Linhares, também com shows, palestras e espaço gastronômico. A migração ganhou força nos dois últimos anos e, hoje, o “Bairro Imperial” já conta com 300 confecções.