É um assunto que não passa pela discussão do preconceito, mas, sim, pelo embasamento científico – pensem o que pensem: orientação sexual não é uma questão de saúde pública e nem pode ser encarada como doença. O argumento é do governo de Nova Jersey, que se tornou, nesta segunda-feira (19/08), o segundo estado americano, depois da Califórnia, a proibir a chamada “terapia de conversão”, uma espécie de tratamento de “cura gay”, que tanta polêmica causou por aqui.
Se foi uma medida eleitoreira ou não – ele concorre este ano à reeleição e também espera disputar a indicação dos republicanos à sucessão do presidente Barack Obama, em 2016 – o fato é que o governador Chris Christie assinou uma lei que proíbe os terapeutas e assistentes sociais da rede pública de tentar convencer jovens que se sentem atraídos(as) por pessoas do mesmo sexo a se “converter” ao heterossexualismo. Segundo Christie, estudos científicos revelaram que o esforços para modificar a orientação sexual de alguém resultam em riscos de depressão, abuso de drogas, antissociabilidade e até pensamentos suicidas.
Nos Estados Unidos, a tal terapia de conversão causa cada vez mais controvérsia. Em junho, um grupo cristão que se dedicava a esse tipo de serviço pediu desculpas pelo mal que havia causado e decidiu fechar as portas depois de 30 anos de atuação.
Aqui no Brasil, depois de uma grande comoção nacional, o Congresso arquivou, no mês passado, o chamado projeto de “cura gay”. Mas, desde então, comenta-se que seu idealizador, o deputado federal e pastor Marco Feliciano, apenas estaria ganhando tempo para vir com uma nova proposta, de aceitação mais fácil, no ano que vem.