A mesa com o cineasta Eduardo Coutinho e o crítico Eduardo Escorel, neste sábado (06/07) na Flip, em Paraty foi, até este penúltimo dia da Feira Literária, além dos aplausos, a que fez a plateia mais rir, dentro de toda a programação da Flip. Vale dizer que houve também quem chorasse, como a produtora Beth Formaggini, muito emocionada. Coutinho, homenageado pelos seus 80 anos, havia declarado à imprensa no dia anterior que nunca tem nada a dizer – imagina se tivesse! O diretor de “Cabra Marcado para Morrer” (1984) e “Edifício Master” (2002), levou o público à loucura ao dizer, por exemplo: “Se eu fosse eleito ditador, revogaria as concessões das comunicações, e, seria deposto no dia seguinte – pelos evangélicos”.
E, falando sem parar sobre cinema ou não, Coutinho comentou do prazer de não ter bom-senso e da única droga de que não abre mão: três maços de cigarros por dia, apesar do enfisema. O único momento com cara de decepção foi quando chegou ao fim a conversa autêntica e inteligente (às vezes ácida), naquela uma hora e meia que passaram sem ninguém perceber, mas que não passou despercebida por nenhuma das mil pessoas da tenda – bateram palmas para aquele que é chamado de o maior documentarista brasileiro.