Nas últimas semanas, os brasileiros descobriram que o poder de mobilização é capaz de mudar o que parecia definitivo. Em Cingapura, país que considera a relação sexual entre homens um crime passível de pena de até dois anos de prisão, é cada vez maior o apoio ao movimento em defesa dos direitos para casais do mesmo sexo.
O “Pink Dot” (ou “Ponto Rosa”) é uma organização que defende a “liberdade para amar”. O rosa não foi escolhido à toa; é a mistura das cores da bandeira nacional, o vermelho e o branco. No sábado (29/06), o grupo conseguiu reunir 21 mil pessoas numa passeata que terminou com uma luminosa reunião no Hong Lim Park. Foi um recorde; no ano passado, havia 15 mil manifestantes.
A causa ganhou ainda mais evidência depois que a Suprema Corte de Cingapura rejeitou uma liminar contra a lei que proíbe as relações homossexuais. “Todo mundo merece amar e ser amado, seja qual for a sua orientação sexual”, contestou Kierin Galistan, ativista do “Pink Dot”.
Por aqui, talvez motivado pela força das manifestações populares, o presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, deputado Marcos Feliciano, disse ter consciência de que o chamado projeto de “cura gay” não vai ser aprovado pelo Congresso nesta semana que começa – o mesmo Congresso, aliás, que fez hora extra para derrubar uma das propostas mais impopulares dos últimos tempos, a Pec 37.