Muito se fala, desde as mais remotas civilizações, sobre o amor. Historicamente, sabe-se que muito poucos foram os atos condizentes com a palavra, seu significado ou o sentimento a que se refere. É o orgulho talvez um dos maiores responsáveis por nossos sofrimentos e dor. Ponto extremamente frágil do ego carente de amor, é um fino verniz sempre exposto às intempéries e atritos das relações humanas. Poderia também ser visto como uma pele sensível em contato permanente com o sol ardente: se não for protegida, facilmente se irrita, causando ardor e talvez queimaduras extremamente dolorosas que deixam marcas para sempre.
Quando o orgulho é tocado por palavras descuidadas, a reação é imediata:
1) revidamos imediatamente, provando ao atacante a sua inferioridade;
2) sentimo-nos menor e nos fechamos para o agressor, guardando cuidadosamente o ressentimento (ressentindo várias vezes a mesma dor);
3) envenenamo-nos com ele através do bloqueio da corrente energética do amor.
Usamos essa pele frágil e sensível na ilusão de que possa nos proteger da nossa própria rejeição, e passamos nossas vidas usando máscaras que só querem falar de si mesmas para se sentirem vivas, já que estão impedidas de manifestar seu verdadeiro potencial.
Uma série de pensamentos, desejos e emoções, ideias e criações, são reprimidos (ou tentamos reprimir), para nos adequar à exigência mecanicista da sociedade. Mas, na verdade, o que existe atrás da máscara padronizada e pressupostamente inocente de cada um de nós? Muitas vezes frustrações, desejos de vingança, ressentimentos e mágoas profundas que nos levam a apodrecer nossos corpos prematuramente, desligando-nos aos poucos da teia vida.
Vivemos no planeta da dualidade, da escolha entre bem e mal, bonito e feio, certo e errado, luz e sombra, oscilando entre o amor e o medo – são conceitos que nos induzem a uma ideia de separação, fruto de uma percepção distorcida do que é o “todo”. O momento da “escolha” é sempre vivido com tensão pelo medo de errar e, consequentemente, sofrer a punição.