Considerada uma das principais coreógrafas do Brasil, a carioca Deborah Colker tem a própria companhia de dança, que leva seu nome, há 18 anos. Ela estudou piano, Psicologia e foi jogadora de vôlei – todas essas formações estão em seus espetáculos.
A coreógrafa tem patrocínio exclusivo da Petrobras desde 1995, quando a repercussão de seu trabalho começou a se expandir e, por fim, conquistou o cenário mundial da dança. Tanto que Deborah foi a primeira mulher a ser convidada pelo Cirque du Soleil, em 2008, a dirigir uma montagem, sobre o meio ambiente, para comemorar o aniversário de 25 anos do grupo canadense: o espetáculo OVO.
Com dois filhos, Clara e Miguel – do casamento com o fotógrafo Cafi –, Colker tem uma nova obstinação, há quase dois anos. Desta vez, na vida pessoal: seu primeiro neto nasceu com uma doença rara, epidermólise bolhosa; daí sua “ideia fixa” de encontrar a cura. Em busca disso, ela já virou quase uma especialista, visitando centros de estudo nos EUA e se tornando embaixatriz da ONG Huma.
Já na vida profissional, sua mais recente obsessão é o espetáculo “Tatyana”, atualmente em cartaz em temporada popular, no Teatro João Caetano. Trata-se de uma montagem adaptada do romance clássico “Evguêni Oniéguin”, de Alexandre Púchkin, considerado o pai da literatura russa.
UMA LOUCURA: “Minha loucura é querer que o dia tenha mais de 24 horas, que o tempo seja bem mais lento.”
UMA ROUBADA: “Fazer um trabalho do qual você não tenha certeza que quer fazer. Já me aconteceu isso; não é nada legal: é chato e não dá certo!”
UMA IDEIA FIXA: “Encontrar a cura de uma doença chamada “epidermólise bolhosa”, uma doença de pele. Na verdade, minha ideia fixa é achar a cura das doenças genéticas.”
UM PORRE: “Gente chata é um porre!”
UMA FRUSTRAÇÃO: “Não ter posto um tchu-tchu (aquela saia armada da bailarina) e dado mais piruetas… Eu era só uma garota…”
UM APAGÃO: “Sou esquecida! Esqueço até os nomes dos países em que a companhia já se apresentou, e confundo o nome do teatro onde estamos em cartaz.”
UMA SÍNDROME: “A obsessão é a minha síndrome!”
UM MEDO: “Só do escuro!”
UM DEFEITO: “Meu maior defeito é o ciúme.”
UM DESPRAZER: “Quando o espetáculo não sai do jeito que eu quero. Pode até ficar bom, todos gostarem… Mas ficar da maneira que eu quero geralmente é mais difícil.”
UM INSUCESSO: “Não sei, não conheço! Só sei do sucesso.”
UM IMPULSO: “Tenho impulso de voar!” (Enquanto fala, Débora sai correndo e balançando os braços pelo camarim, demonstrando…)
UMA PARANOIA: “Paranoia? Tenho várias! Primeiro, tenho que passar tudo o que faço no palco antes, mesmo que eu já tenha dominado. Senão, sei que não vai dar certo. Também tenho a paranoia do dia da estreia, acho que é igual a aniversário: você sempre pensa que ninguém vem!”