Depois dos eventos do dia da visibilidade lésbica, no fim de agosto, o conjunto de favelas da Maré vai promover o evento “Tem mulher lésbica na favela”, nesse fim de semana, realizado pelo grupo Conexão G. O presidente do Conexão, Gilmar Santos, diz que o objetivo é marcar uma conquista, entendendo que toda a população LGBT ganha mais espaço na sociedade.
A coordenadora do evento e representante do grupo de lésbicas da Maré, Jéssica Andrade, diz que se descobriu lésbica aos 14 anos, mas só contou para os pais aos 17. Ela conta que no início foi complicado, mas que “hoje é diferente, meu pais me tratam muito bem e levo minha namorada para minha casa sem problemas". Jéssica também falou que “existem muitas meninas que são lésbicas na favela, mas não se assumem por causa dos pais, principalmente as que têm pais que frequentam alguma igreja”. Jéssica lidera o grupo na Maré que funciona como um grupo focal. Elas se reúnem e passam para ela quais são suas necessidades, mas o grupo oculto. Gilmar diz que “poucas têm o posicionamento de dizerem ‘sou lésbica sim, e daí?’. As lésbicas são mais retraídas".
O Conexão G, criado em 2006, construiu um espaço de encontro para jovens homossexuais para difusão de informação e reflexão sobre seus direitos e experiências, buscando lutar contra preconceitos e discriminações. “Hoje, além de garantir este espaço de encontro para o diálogo e articulação política, promovemos ações cotidianas de prevenção às DSTs e Aids com moradores, realizamos oficinas educativas sobre sexualidade, diversidade sexual e temas transversais em diferentes comunidades populares, promovendo visibilidade da questão LGBT em favelas e bairros da periferia, além de destacar as múltiplas violências às quais esta população está submetida”, afirma Gilmar.