Talvez tenha sido uma das bandeiras do comportamento social mais comemorada. A possibilidade de dizer que "ninguém é de ninguém" parecia, por um momento, a verdadeira declaração de liberdade. Ao mesmo tempo, começaram a surgir questões como: "Não tenho mais alguém para chamar de meu". O corpo virou paradigma das relações, todos nós viramos descartáveis. Aos poucos, fomos percebendo que o que chamamos de liberdade podia significar descaso ou falta de respeito para com o vizinho ou vizinha.
Como uma coisa tão boa — a possibilidade de ter muitas experiências — nos deixa sempre com a sensação de vazio depois? Afinal, quanto mais oportunidades de "testar", mais chances temos de acertar — quase como um bolão de loteria.
A isso ficou reduzida a maioria das relações. Esquecemos ou não enxergamos que, assim como descartamos, seremos descartados. Causa e Efeito.
Esse é um dos piores vícios de comportamento que as sociedades metropolitanas desenvolveram. É um efeito colateral da velocidade que vivemos, trabalhamos e dizemos que amamos. Para não termos nenhum sentimento de vazio nas relações, é preciso, primeiro, estabelecer harmonia e equilíbrio entre o nosso corpo racional (lógico) e a nossa alma. Num segundo momento, estaremos prontos para construir uma relação de verdade e cheia de harmonia com outra pessoa. Agora estamos livres para ser felizes.
Por Ary Alonso (Espiritualista) 10/07/09