Quem atravessa os portões do Ilê Axé Ala Koro Wo, em Venda Velha, no município de São João de Meriti, na Baixada Fluminense, encontra muito mais que uma comunidade de Terreiro. O lugar sedia também uma iniciativa em Educação, resultante do sonho de Olídia C. Lyra, Mãe Torody d\’Ogum, de proporcionar às crianças e jovens uma educação diferenciada, pautada na valorização da identidade e cultura afro-descendentes.
Mais que isso: a Ialorixá defende o que chama de Candomblé Social, fazendo do barracão um espaço de referência de cultura e cidadania na região. Entre os vários projetos, o grande destaque é o “Aprendendo a Aprender”, que atende 120 crianças e jovens com aulas de esporte, cultura, arte e cidadania, além de aulas de Iorubá.
A experiência está se difundindo, e além de receber alunos do bairro e pesquisadores de todo mundo, alguns educadores visitam o projeto com o objetivo de estudar a metodologia aplicada. Prova disso é a participação do Ilê Axé Ala Koro Wo no Festival Internacional de Filmes de Pesquisa sobre Patrimônio e Memória da Escravidão. O projeto é o tema de dois documentários de Francine Saillant e Pedro Simonard (Universidade de Laval, Quebec, Canadá): Axé Dignidade e O Navio Negreiro. Ambos retratam o cotidiano da comunidade, algumas ações realizadas e a papel social que Mãe Torody desempenha na região.
Informações no http://amalyrase.blogspot.com/
OBS.: Texto de Daniele Bernardino, sobre uma experiência em São João de Meriti, tema de sua dissertação de mestrado no Programa de Pós-graduação em Educação, na UERJ.