Ziraldo, que acaba de completar 89 anos (24 de outubro), fez uma rara aparição nesta sexta (19/11), para uma visita guiada à abertura da mostra “Terra à Vista e Pé na Lua”, no Museu Histórico Nacional, no Centro, só para convidados. A exposição marca o início das comemorações dos 90 anos do cartunista e pelo centenário do museu, com abertura ao público neste sábado (20/11).
O pai do “Menino Maluquinho” circulou pelos ambientes com o casal de curadores Adriana e Guto Lins, que criaram uma relação de afeto com o homenageado. “A exposição convida para uma volta ao mundo a bordo da espaçonave pilotada por Ziraldo, um visionário que manteve os pés no chão, mas sempre com a cabeça na Lua. A obra de Ziraldo é como o vento que segue em várias direções, sem perder a força, e nos leva a um passeio pela História do Brasil, guiados por um mapa ilustrado com amor e humor. Seus personagens estão gravados em nossos corações”, dizem os Lins.
Estão lá, obviamente, todos personagens criados pelo artista, como “Menino Maluquinho” e a série “Zeróis”, em painéis de até 2 metros de altura, caricaturas, assim como a prancheta e uma simulação de seu estúdio de trabalho, com livros, estantes, e a TV na parede (tanto a mesa quanto a cadeira e a máquina de escrever são do acervo de Ziraldo).
Ziraldo sofreu um AVC em 2018, recuperou-se, mas, em seguida, veio a pandemia, que o manteve em casa. Durante todo esse tempo, trabalhou ativamente. E, mesmo com dificuldade na voz, gravou um vídeo este mês, pedindo à Câmara dos Vereadores a aprovação do projeto que regulariza o zoneamento urbano e cria condições de reerguer o Canecão: é dele o painel de 32 metros de comprimento por 6 de altura, “A Santa Ceia”, pintado em 1967, numa das paredes da antiga cervejaria e que atualmente está coberto por tijolos e tintas.