A mágica do menino que não quer crescer, do Capitão sem mão, do crocodilo que tem um relógio na barriga, dos meninos, da babá que é um cachorro encantam crianças de todas as idades acontece desde que J.M. Barrie escreveu “Peter Pan”, a saga do jovem líder da Terra do Nunca. A versão musical de “Peter Pan”, de 1954, de Jerome Robbins, tomou pó de pirlimpimpim e aterrissou na Cidade das Artes, na Barra.
Normalmente representado por uma mulher, o principal papel está com o talentoso e versátil Mateus Ribeiro, que realiza o sonho, voando sobre a plateia. Mas, sobretudo, o jovem ator dá conta com, muita eficiência, dos números de dança com as sofisticadas coreografias de Jerome Robbins.
Tuca Andrada é um apropriadamente sinistro Capitão Gancho, e o resto do elenco, dirigido por José Possi Neto, transparece alegria e animação, um clima que envolve a plateia. Os cenários, o jacaré mecânico, a enorme Naná, a Sininho que surge repentinamente, os piratas, os índios, os meninos, tudo só confirma aquilo que se espera de um espetáculo desse tipo: muita, mas muita diversão.
Todos já conhecemos a história. Wendy, a menina do elenco, está lá para brincar de mãe enquanto seus irmãos saem da condição de meninos cuidados para aventureiros. Lutas de espadas, contação de histórias, medo, vitórias, superação até que o que representa o mal é banido para sempre. A sensação, mais que o retorno à infância, é que seria tão bom se fosse verdade — que a ruindade acabasse comida pelo jacaré.
Fotos: Chico Lima
Serviço:
Sextas, às 20h30
Sábados e domingos, às 16h e 20h