Existem vidas que vão além da própria vida, transformando as pessoas em mitos, semideuses, sobretudo quando a existência mistura fatos reais, lendas, superação, morte prematura e trágica. O cancioneiro brasileiro é fértil nessa área: de Francisco Alves até o sertanejo Cristiano Araújo. O maior de todos eles, porém, foi o cantor e compositor Gonzaguinha, retratado no espetáculo “Gonzaguinha: O eterno aprendiz”, em cartaz no Teatro João Caetano.
A versão poética da vida e da obra do cantor desfila 16 canções que contam a trajetória de Gonzaguinha, com o elenco formado pelo ator Rogério Silvestre, os cantores Paulo Francisco “Tutuca”, Bruna Moraes e Nathallie Alvin e os músicos Rafael Toledo (Guitarra, violão e voz), Alcione Ziolkowski (bateria), Omar Fontes (teclados), Buga Júnior (sax, flauta e cavaquinho) e Dudu Dias (baixo).
Enquanto Rogério marca a presença do artista, com um figurino branco, o jeitão que revive Gonzaguinha – o que é positivo, pois foge além da simplória imitação -, os cantores, com muita competência, revivem os sucessos. Com isso, obtém-se um resultado bastante positivo, fazendo o misto entre teatro, musical e show.
No entanto, é nas palavras de Rogério Silvestre que encontramos o melhor resumo do espetáculo: “Quem gosta de Gonzaguinha vai poder reconhecer o lado íntimo do cantor – essa coisa que vem do coração, que vem do sentimento. Falamos de suas relações como pai, como filho, de suas amantes.” É Gonzaguinha na veia.
Serviço:
Teatro João Caetano
Sextas e Sábados às 19h
Domingos às 18h