Todo mundo gosta de encontrar seu par. Todo mundo gosta de ver os maus acabarem péssimos ao final. Todo mundo gosta de ver muita trapalhada e se divertir com isso. Todo mundo gosta de dar risada. E Shakespeare, mais do que ninguém, sabe disso. E o bardo compõe em, “As you like it” (Como a gente gosta), espetáculo com direção de Vinícius Coimbra, e, mesmo com todos esses elementos, um teatro leve.
Com um elenco formado por Pedro Paulo Rangel, Camilla Amado, Priscila Steinmann, Gabriel Falcão, Patrícia Pinho, João Lucas Romero, Alexandre Contini, Xando Graça e Jitman Vibranovski, cenário apenas indicativo e figurinos que marcam as características básicas dos personagens, a peça vira quase que um musical com a introdução de pequenas canções para evidenciar o ambiente medieval em que decorre a ação.
No caso de “Como a gente gosta”, tudo começou com Rosalinda. Foi movido pela curiosidade pela personagem que Vinicius chegou ao texto; mais exatamente pelas mãos de Harold Bloom, tido como o mais respeitado estudioso de Shakespeare. Dois anos atrás, durante a leitura de “A invenção do humano”, no capítulo dedicado a “As you like it”, chamaram sua atenção as observações sobre a heroína. E acabou fascinado por outro aspecto do texto: o fato de tratar do amor e suas diferentes formas. “Ao trazer pares variados, a peça brinca com os gêneros. Não só traz diferentes visões sobre o amor como também mostra muito do comportamento humano. Algo totalmente atual”, analisa o diretor.
O mote da peça é o equilíbrio entre as diferenças e os amores que se fazem ao acaso. Pedro Paulo Rangel faz um bobo com a competência de um ator experiente, e Camilla Amado desempenha dois papéis para formar o contraponto em um par amoroso, mostrando que, desde o século XVI, o amor é possível sempre – em qualquer idade, em qualquer momento, em qualquer circunstância. Como a gente gosta.
Serviço:
Teatro dos quatro
Sextas e Sábados às 21:30h
Domingo às 20h