O espelho nos revela tudo. Mas, o tudo está invertido. Assim, posso virar feia quando sou bonita. Ou posso virar bonita quando sou feia? O espetáculo ‘A vingança do Espelho’, idealizado por Eduardo Barata, com texto de Flavio Marinho e direção de Amir Haddad, conta a história de Zezé Macedo. A atriz cômica com papéis sempre explorando a sua feiura.
A peça tem um jogo fascinante, pois tudo se refere ao mundo dos espelhos. Do refletir, do imitar. Conta a história de uma trupe que vai encenar a vida de Zezé Macedo. São os impasses do grupo e os impasses da vida da atriz. Suas perdas, seus ganhos, seus dramas, suas alegrias vão sendo apresentados em recortes dos episódios mais marcantes.
“Homenagear Zezé Macedo não é só resgatar a memória das atrizes populares; é, também, relembrar como é possível fazer uma linha interpretativa sofisticada, elegante, popular e extremamente brasileira”, esclarece Flávio Marinho, autor da peça, que completa: “A Vingança do Espelho, porque a Zezé Macedo foi uma atriz única, brincou muito com os conceitos da beleza e feiúra. Nunca o espelho teve tantas faces como no caso da Zezé Macedo”.
Betty Gofman encarna Zezé Macedo sem fazer a mera imitação. Lembra na voz e no gestual, mas imprime um ritmo próprio que dá a medida de a plateia atravessar o espelho e, sem medo, chegar à verdadeira Zezé. Uma bela atriz, um personagem importante dentro das cenas cinematográfica e televisiva brasileiras. E, mais do que tudo, chegarmos à conclusão de que, nos anos 50 e 60, não existiu nenhuma atriz com um trabalho tão belo como Zezé.
SERVIÇO
Teatro Leblon – Sala Marília Pêra
Quinta a sábado, às 21h
Domingo, às 20h