Laja Zylberman é hoje, ao lado do irmão Davi Zilberman, um nome conhecido na joalheria carioca. Os dois são médicos de formação, mas acabaram entrando para o negócio da família a pedido da mãe, Sara, que deu o nome à marca, fundada em 1977. Com sete lojas, cinco no Rio, uma em São Paulo e outra em Porto Alegre, a empresa está na terceira geração – os filhos de Laja e Davi já trabalham na rede. Laja, que é a responsável pelo design das joias, conta um pouco desse mercado que atrai tanto as mulheres.
Como foi a transição de médica para estilista de joias?
“Foi natural. Minha mãe queria que os filhos se formassem e tivessem uma profissão real, diferente dela, que sempre foi uma mulher empreendedora, focada no comércio. Fiz faculdade, estagiei em hospitais e cheguei a dar plantões em CTI. Meu irmão também é médico, mas em um determinado período minha mãe, Sara, me pediu para ajudá-la a comercializar as joias. Seriam apenas três meses. Nunca mais parei e larguei minha vocação médica”.
A insegurança e violência de uma cidade como o Rio influenciam no momento de criação de uma joia? O que poderia ser uma joia mais exuberante acaba se transformando numa peça mais discreta?
“Na Sara, a qualidade do design e a pureza das pedras é o mais importante. Temos joias para todos os bolsos e mesmo sendo uma peça mais discreta e de menor valor, ela se sobressai pela ousadia do design. Não penso na violência, mas estou atenta a novos materiais”.
Há diferença de gosto entre as clientes cariocas, paulistas e gaúchas?
“Há. A carioca tem mais bossa e usa um colar de diamantes com jeans e camiseta. A paulista e a sulista são mais conservadoras e primam pela elegância formal. No Rio, somos mais ousados e, por isso, lançadores de tendências “.
Grande parte das pedras usadas atualmente na joalheria mundial é de gemas sintéticas, produzidas em laboratório. De onde vem a maioria das pedras usadas em sua joalheira? Existe alguma tendência mundial, uma pedra mais em evidência no momento?
“A turmalina paraíba foi a grande sensação dos últimos cinco anos. Agora, a tanzanita está no topo. A mulherada ama uma cor. Não uso gemas sintéticas, nem ouro baixo – apenas 18 quilates. Só utilizo pedras naturais, brilhantes, com certificado de alta pureza. Sou muito criteriosa com isso. A cliente sabe que minha joia é perfeita também pelo avesso”.
As cariocas usam as suas joias por um longo tempo ou estão sempre em busca de novidade? Como vender joias numa época de crise? É um mercado que se mantém inalterado?
“Joia se vende o ano todo. A mulher casa, ganha joia… Separa e arruma namorado, compra joia. Emagrece, compra joia. É um mercado eterno. A carioca ama sempre novidades e ousa….E nós temos um trabalho comercial muito forte. Conhecemos nossas clientes e oferecemos sempre o que achamos que ela vai amar”.
É mais comum a mulher ser presenteada ou ela mesma está indo à loja e se dando esse presente? Qual o significado, hoje em dia, de uma joia para a mulher? Ele varia conforme o poder aquisitivo?
“Mulher quer novidades. Cor, balanço, joia ousada. Pulseiras que vestem, brincos que sobem pela orelha, colares usados sobre a roupa, tiaras… Mas também vendemos o tradicional. E cada vez mais é a mulher que compra para si. Estamos mandando muito bem! (rs)”.
Vamos ter que acreditar que esse mercado não tem crise…aham…Rio Sul com 18 lojas fechadas…
Lagoon vazio num sábado…
As cariocas estão sem local para exibir suas joias.
Usar diamantes com jeans rasgados e sandalia de dedo
disfarça… mas não resolve o mêdo de usar!
Dei um colar de brilhantes novo
para meu amor
e ele enfeita eternamente
o porta jóias dela. CS