Ele já esteve nesta mesma coluna em 2020, mas voltamos a falar sobre o edifício que inspirou a série “Detetives do Prédio Azul”, do canal Gloob, que também foi o lar de Anamaria Teixeira de Carvalho, a eterna musa da bossa nova e “Mulher de Branco” de Ipanema, que morreu no último dia 3 de agosto, aos 75 anos. Há décadas, ela circulava pelas ruas de Ipanema, como a mais famosa e polêmica personalidade do bairro.
Era filha do radialista e jornalista Luís de Carvalho e ex-mulher do compositor Marcos Valle, com quem ajudou a divulgar a bossa nova pelo mundo. Há 16 anos, ela vendeu sua casa branca na Rua Joana Angélica, nº 207 e comprou um apartamento no térreo do prédio azul, onde vivia com uma acompanhante, desde 2007.
Foi erguido pelo Conde de Modesto Leal (1860-1939), considerado o homem mais rico da República Velha e um dos primeiros a habitar Ipanema. Sua fachada art déco é usada desde 2012 para a série infantil “Detetives do Prédio Azul”, exibida pelo canal Gloob e pela TV Brasil e que, há poucos anos, até virou filme. O nome da série poderia ser outro já que a construção no passado foi cinza, rosa, e originalmente era revestida de pó de pedra.
Essa história, acompanhada das fotos do prédio, estão no livro “Rio-Casas & Prédios Antigos Volume 2”. A foto com Anamaria foi em 2019, quando a encontrei em frente ao prédio azul. Ela mesma, a partir de 2013, deixou de ser a “mulher de branco” (em luto japonês pela avó) para usar as tonalidades em azul, segundo ela, por causa da música “Vesti azul”, de Wilson Simonal: “Estava na tristeza que dava dó / Vivia vagamente e andava só /Mas eis que de repente me apareceu um brotinho lindo que me convenceu / Dizendo que eu devia vestir azul / Que azul é cor do céu e seu olhar também / Então o seu pedido me incentivou / Vesti Azul! / Minha sorte então mudou”…
Conhecia essa construção?