Com o hotel Mirante do Arvrão já funcionando no alto do Vidigal desde dezembro de 2013 – “posso dizer que colaborei para costurar um pouco essa realidade dividida do Rio” – o arquiteto Hélio Pellegrino está tendo tempo para se dedicar à música, que adora. “Poder tocar é como se sentar no colo de Nossa Senhora”, diz. “Eu sempre trabalhei demais e agora estou podendo estudar”, acrescenta Hélio, que, na realidade, já vem tendo aulas de piano com Luciano Alves e de violão com Marcel Powell há quatro anos.
Entusiasmado com os primeiros resultados concretos do estudo – “quero chegar no estágio em que cada célula vai incorporar música e, aí, não vou precisar pensar mais em nada” – Hélio revela que quer, mesmo, é compor. “Não tem jeito, meu negócio é mesmo a criação, mas com a música, que para mim é arquitetura pura, você tem que ter humildade”.
Pellegrino está se dedicando ao repertório dos clássicos da bossa nova e, a cada quinze dias, chama um amigo que também começou a estudar bateria recentemente e contrata um baixista para formar o seu trio de jazz. (Por Marcia Bahia)