A leitura e os desdobramentos infinitos que este hábito propicia têm me levado muito além do que eu poderia imaginar. Formada em Psicologia, com mestrado em Letras e Ciências Humanas e doutorado em Educação, criei o Instituto Incluir, que promove a inclusão através do esporte, educação e cultura, e tenho o orgulho de ser autora de 11 livros.
No entanto, nada me dá mais prazer do que ver o impacto que cada um desses projetos pode ter na vida das pessoas que me cercam. E foi por um deles, a série de livros infantis inclusivos “Literatura Acessível”, que testemunhei a história que compartilho.
Em março de 2021, o Incluir foi convidado a reabrir a sala de leitura da Biblioteca Parque do Estado, no Centro. Levamos crianças com e sem deficiência que participam de projetos do instituto, acompanhadas de seus responsáveis, para assistir a uma contação de histórias de alguns títulos do “Literatura Acessível”, com intérprete de libras e audiodescrição.
Emocionada, a mãe de um menino autista, pessoa de poucos recursos, me disse, quase em tom de confissão: “Esta é a primeira vez que entro em uma biblioteca. Como é bonita, quantos livros!”
Uma vez mais, eu constatava a mágica e o encantamento que o universo da leitura proporciona. Melhor, ainda: desta vez, tínhamos sido eu e a equipe do Incluir os facilitadores nesse processo.
Dá para imaginar, portanto, minha emoção ao receber o convite para participar do LER e apresentar, nesta quinta (12/05), o “Literatura Acessível” a um novo público. A leitura aproxima as pessoas, promove a inclusão em seu sentido mais amplo.
Leio cada vez mais; assim, acredito, escrevo também melhor a cada dia. É, sem dúvida, um desafio conciliar as jornadas de ativista social e gestora de uma ONG com a de produtora de conteúdo multimídia (os livros infantis também estão disponíveis online).
Mas posso dizer que já parto para essa “corrida” do dia a dia com uma vantagem competitiva: amo o que faço e faço o que amo!
Foto: Cris Lucena
Carina Alves é psicóloga, escritora, doutora em Educação e fundadora do Instituto Incluir. Nesta quinta (12/05), ela vai apresentar a leitura do livro “O menino que escrevia com os pés” (da série “Literatura Acessível”), no Píer Mauá, dentro da programação do LER — O Festival do Leitor. A série ainda tem outros nove títulos que estimulam a inclusão e o protagonismo da diversidade. Em agosto passado, Carina lançou o livro “Covid-19 – Emoções em Colapso” (Editora Brazil Publishing), com 56 histórias de sobreviventes da pandemia — incluindo ela.