Está duro para a Orquestra Maré do Amanhã ensaiar em sua sede, na favela Nova Holanda, comprometendo a apresentação no Rock in Rio, no dia 28 de setembro, pelas constantes operações policiais: “Mais uma vez, estamos sem atividade no projeto. São dois meses de operações quase diárias. Costumávamos dizer que, em cada 10 dias de aulas, perdíamos quatro. Assim fica fácil perceber o porquê de nossa felicidade ao ganharmos a nossa tão sonhada sede (inaugurada em 2018). Enfim, poderíamos ter uma rotina de ensaios ininterruptos. Já perdemos a conta do número de operações nos últimos dois meses. Agora não contamos mais as perdas a cada dez aulas, mas a cada semana. Qual o objetivo de perturbar a vida dos moradores? Se entram e não acham nada, é porque está faltando usar a inteligência. Começamos a ficar preocupados com a nossa apresentação no Rock in Rio”, diz o texto publicado na página da Orquestra no Facebook. O último confronto no Complexo da Maré aconteceu na terça (06/08).
O projeto foi criado em 2010 por Carlos Eduardo Prazeres, filho do maestro Armando Prazeres, que foi sequestrado em Laranjeiras, depois morto e encontrado num carro abandonado, em 1999, próximo ao Complexo da Maré. Hoje, a Orquestra atende cerca de 3.500 crianças, adolescentes e jovens, em todos os 22 Espaços de Desenvolvimento Infantil (EDIs) da Maré.