
Os pianistas Nelson Freire e Miguel Proença foram vítimas das calçadas desleixadas do Rio /Fotos: Reprodução
O Rio é um campo minado sem bombas, prestes a explodir, mas com cenário de buracos e pedras portuguesas soltas que causam danos — físicos e financeiros — diários e constantes aos moradores. A manutenção das calçadas é compartilhada entre a Prefeitura, os comércios e prédios e casas residenciais. Atualmente, não existe nenhum mestre calceteiro em atuação pela Prefeitura — todos se aposentaram, e o último curso para formação foi em 2010. Quem faz o serviço são operários da Secretaria de Conservação, que não são especialistas no assunto. A Prefeitura diz que não tem verba para oferecer um novo curso.
Enquanto isso, a conta é alta. A última vítima foi o pianista Nelson Freire, de 75 anos, que tropeçou nas pedras na orla da Barra e teve que ser operado nessa quinta (31/10), no Hospital Copa d’Or, para corrigir fraturas no úmero e na cabeça do úmero direitos. Teve que cancelar shows e vai ficar dois meses de molho.
Há três meses, outro pianista também levou um tombo depois de topar com uma pedra portuguesa solta, o gaúcho Miguel Proença, de 80 anos, atual presidente da Funarte, quando saía do Teatro Dulcina, do lado da Câmara dos Vereadores. Quebrou o braço direito e foi operado. Teve uma rápida recuperação, apesar da idade, e já voltou a tocar.