Nesta quinta (13/01), um vídeo impressionou: o deslizamento do Morro da Forca, em Outro Preto (MG), soterrando, em segundos, casarões do centro histórico. Ninguém ficou ferido, mas a construção de três séculos virou pó.
Segundo a Defesa Civil, o local já vinha sendo monitorado por causa das chuvas. Marcel Almeida Freitas, professor de História da UEMG, resumiu a indignação de muitos historiadores e arqueólogos: “Quando viajo, fotografo tudo que posso e, no caso de cidades históricas brasileiras, as pessoas me perguntam o motivo já que os prédios vão estar pra sempre preservados porque são patrimônios tombados pela Unesco etc. Mas isso só vale para o Egito, Acrópole (Atenas), Coliseu (Roma), a cidade antiga de Havana (Cuba) ou para as Muralhas Chinesas. No Brasil, somos o epíteto da impermanência. Posso passar aqui amanhã, e o casarão cair/ter sido derrubado/desmoronado/ destruído”, diz ele.
Nas redes, alguns trouxeram o poema “Morte das Casas de Ouro Preto”, de Carlos Drummond de Andrade, em 1951, para o livro “Claro Enigma”, falando sobre a passagem do tempo, do barro à matéria e, por fim, da volta ao pó, usando como metáfora a destruição das casas coloniais da cidade histórica mineira pelas chuvas.
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