Organizado pela escritora e crítica literária Noemi Jaffe, edição de imagens de Dora Levy e Letícia Moura, foi lançado nessa quinta (02/06), na Travessa de Ipanema, “Fernando Zarif — Múltipla Unidade”, do artista plástico paulistano que morreu há 12 anos.
Consta na edição de 243 páginas desenhos, colagens, pinturas e assemblages, entre outros trabalhos nunca antes vistos, das mais de duas mil obras encontradas na casa de Zarif depois da sua morte, aos 50 anos, em 2010 em São Paulo. Entre elas, os “Cadernos”, com mais de 50 quilos de desenhos em 33 volumes, com ilustrações, textos e colagens. O trabalho, descrito pelo artista como um “discurso sobre o desenho”, foi apresentado uma única vez em uma performance no Espaço Tom Jobim, no Jardim Botânico do Rio, em junho de 2009.
A publicação foi ideia do “Projeto Fernando Zarif”, criado em 2011 pela família e amigos do artista para conservar, estudar e divulgar sua obra. “Ele nunca mostrou muito seus trabalhos para a família. Na verdade, ele não gostava de expor”, diz Adriana Zarif, mulher de Ivan, irmão do artista, e uma das responsáveis pelo projeto.
Zarif também esculpia, pintava, fotografava e compunha — fez as capas dos discos “Tudo ao Mesmo Tempo Agora” e “Titanomaquia”, dos Titãs, e expôs em mostras de Paris, São Paulo e Rio.
No lançamento, separado em dois ambientes na livraria, música com Daniel Roland e Bruno LT tocando as trilhas que inspiraram a produção de Zarif, além da projeção da videoexposição que esteve nas paredes do Minhocão Paulistano no ano passado, durante a SP-Arte.