Acompanhado dos músicos Bruno Araújo e Nani Dias, o ator Maurício Branco estreia o “Branco Gato Show”, em única apresentação nesta terça (07/06), no clube Manouche, na casa Camolese, no Jardim Botânico. No repertório, versões proibidas de hits da MPB, como “Amor, Meu Grande Amor” (Angela Ro Ro), que vira “Te Manda, Claudionor”; do rock nacional, como “Não Existe Amor em SP” (Criolo) em “Não Existe Ativa em SP”; e até do pop internacional, em que “Smooth Operator”, de Sade, se transforma em “Sou Maconheira”. Seu último show pré-pandemia lotou por onde passou.
Mauricio trabalhou as letras com sua parceira, Ana Paula Camarinha, que também dirige o show, com interpretação musical das paródias com improviso de textos cômicos, em que ele lembra e brinca com suas experiências na carreira, fazendo assim uma crítica bem-humorada do showbusiness. “Sempre escrevi essas versões, desde quando cantava no chuveiro, uma coisa para os amigos rirem em festas ou mesas de bar. É um bate-papo com o público, descontraído, e anticaretice já está intrínseca na minha personalidade”, diz ele.
Desde quando chegou ao Rio, aos 18 anos, Branco sempre foi da boemia e viveu intensamente o fim da década de 1980 e toda 1990; a primeira pessoa que conheceu foi a cantora Bebel Gilberto e foi grande amigo de Renato Russo. “Nos anos 80 e 90, existiam mais lugares onde artistas podiam se apresentar, casas de shows, teatros… Hoje em dia, é bem difícil encontrar um lugar para um artista que está começando, por exemplo. A coisa tá mais burocrática, tem que entrar em edital, mas isso não me desanima porque tem gente investindo em diversão”, afirma.
E continua: “Mesmo depois desse porradão que o mundo levou, o Rio não perdeu seu brilho. Estamos bem machucados com tantas perdas, mas Deus me deu essa função na Terra, que é divertir o povo. Quando o Paulo (Gustavo) disse que rir é um ato de resistência, todos nós, mesmo com a dolorosa perda, entramos nessa e tivemos que continuar no nosso caminho. O Rio ainda é o maior polo gerador de cultura do País, sem falar que o povo de fora ama esta cidade. Eu sou um brasiliense carioca da gema!”