Claudio Pinheiro, diretor da Banda de Ipanema – a mais tradicional do carnaval carioca, a ponto de ter virado o primeiro bem imaterial tombado do Rio – não está nem aí para as marchinhas que passaram a ser consideradas politicamente incorretas. Tanto é que, no repertório deste ano – a banda sempre inclui músicas novas a cada carnaval – vai entrar “Nêga do Cabelo Duro”, de David Nasser e Rubens Soares. “Considero essa discussão um purismo, uma falta de assunto. Essas músicas não têm nenhuma carga preconceituosa, não se está, na letra, escarnecendo de ninguém. Se a gente seguir esse raciocínio, não dá para cantar “Cachaça” (Se você pensa que cachaça é água…) nem “Tomara que chova” (Tomara que chova, três dias sem parar…). Essa última é capaz de dizerem que estamos fazendo apologia da tragédia!”, diz Claudio, rindo.
Ele lamenta, também, a polêmica em torno da vinda da Banda Eva para desfilar no Rio, que acabou fazendo com que os baianos desistissem. “Temos que receber todos de braços abertos, é o carnaval do Brasil. Aliás, também não gosto da limitação em 500 blocos no Rio, para mim, tinha que começar em 1.500 blocos. Não se pode limitar a alegria e a criatividade do carioca”, conclui.
A Banda de Ipanema faz ensaio dia 4 de fevereiro, com lançamento da sua camiseta, na Praça General Osório, das 16h às 19h. O seu primeiro desfile vai ser no sábado, dia 11 de fevereiro.
Esta e tantas outras mais eram tocadas e cantadas e sem maldade divertia a todos mas hoje tudo é preconceito e nada mais fazem e aí daquele que tenta fazer.