Até o fim da tarde desta quinta-feira (15/02), mais de três mil pessoas mostraram interesse na passeata “Queremos Paz”, dos moradores de Laranjeiras, Catete, Cosme Velho, Glória, Flamengo, Botafogo e Humaitá, marcada para o dia 25 de fevereiro, do Largo do Machado até o Palácio da Guanabara. Carol Almeida, umas das organizadoras da página do movimento no Facebook, diz que o “objetivo é reivindicar medidas que reduzam o aumento da criminalidade nos bairros e exigir ao poder público que atue de forma eficaz”. Eles pedem aos vizinhos que vistam branco, levem apitos e estendam lençóis na janelas escrito “SOS”. “Esse não é um evento partidário ou com interesses políticos. Somos apenas moradores e estamos cansados do pavor que vivemos. Não estamos vinculados a nenhum outro evento agendado para o mesmo dia e tampouco com associação de moradores de qualquer um dos bairros acima. Nenhuma mensagem de ódio será tolerada. Somos diferentes, mas caminhamos rumo a um objetivo em comum: fazer com que a segurança pública funcione.”
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Enquanto não tivermos um projeto de país que defenda nossas riquezas nacionais da espoliação estrangeira, de nada adiantará passeatas cor-de-rosa pedindo paz. O sistema econômico espoliativo que vigora atualmente, drenando riquezas para fora e deixando migalhas para o povo, gera uma constante desigualdade social que irá só aumentar. O pré-sal era uma oportunidade de ouro para nosso país conseguir melhorar sua condição econômica frente ao mundo. Mas depois de tantas sabotagens patrocinadas pelo poder financeiro anglo-americanos, o que resta é a violência, desinformação, desemprego e tudo de ruim para todos que moram em solo brasileiro. Precisamos nos conscientizar para acabar com essa didática colonial que nos impõem, aprendendo a ignorar grandes meios de comunicação e se informar através das mídias livres e alternativa, afinal, contrainformação é poder.
Sob os governos do Partido dos Trabalhadores (PT) houve contenção
da esquerda e das pautas progressistas. Enquanto isso, a direita
cresceu na base da Sociedade. Quando a oportunidade surgiu, os
setores conservadores da classe média assumiram a linha de frente do
ataque contra o projeto de Nação que aquele partido tentava
implantar: diminuir a concentração de renda, tendo o Pré-Sal como
instrumento para tanto.
O país iria se tornar exportador de petróleo, depender menos de taxas
altas de juros para atrair capitais externos, montar uma boa base em
infraestrutura pelo PAC e educacional pelo Pronatec. Só que se
montou uma coalizão nacional e internacional para impedir este ideal.
Nela, a direita da classe média foi o instrumento “popular”. Como a
classe trabalhadora não foi mobilizada, ficou passiva. O que entrou no
lugar foi a Contrarreforma Neoliberal e a pauta conservadora da
direita religiosa. Os mais ricos são sistematicamente preservados, não
se mexe nos juros altos, não se mexe no perdão fiscal, não se altera a
política fiscal para torná-la progressiva. A única saída que se apresenta
é o corte de “gastos”. E isto não resolve a crise fabricada, que
paralisou a Petrobrás e tirou confiança nas contas públicas.
O PT piorou o perfil da dívida pública? Sim. Os governos dos EUA
também fazem isso, mas os agentes de mercado não deixam de
confiar neles. Os escândalos foram usados não para combater a
corrupção, mas para impedir que o PT conseguisse levar seu projeto
adiante, o que teria causado prejuízos ao capital financeiro, às
petroleiras estrangeiras, a todos os setores rentistas nacionais e ao
poder estratégico dos EUA, por conta da inserção do Brasil nos BRICS
e, possivelmente, na OPEP.
Agora, vivemos uma situação de desemprego, de eliminação de
direitos trabalhistas e sociais, de corte drástico das políticas sociais. A
esquerda não consegue convencer a classe trabalhadora a reagir de
forma organizada e unificada contra seus verdadeiros inimigos. O
resultado é o irracionalismo e o desespero.