Os amigos já sabem: nunca esperar nada convencional nas mostras da multiartista carioca Monica Barki. Foi assim, nessa terça (19/11), na abertura da exposição “Síndrome da Paixão”, na Galeria Maria de Lourdes Mendes de Almeida, no Centro Cultural Cândido Mendes de Ipanema. Com curadoria de Luiza Interlenghi, a exposição tem 26 trabalhos entre desenhos, litografias, fotografias, colagens, uma videoperformance, uma pintura e um gif. “Crio situações inusitadas, embaralhando realidade e ficção. Muitas vezes, sou espirituosa nos trabalhos, como também sinto prazer em transgredir, subverter a moral, os padrões estéticos e sociais. Em se tratando de arte, tudo é (ou pelo menos deveria ser) possível”, diz Monica, sintetizando exatamente o que os convidados viram — cenas de mulheres dominando homens e vice-versa, como uma festa do fetiche, exemplos de dominação e submissão. Barki também faz alusão ao “shibari”, em japonês, atar, a experiência de amarrar alguém ou ser amarrado.
Monica não ficou por aí: também apresentou a performance “Casório”. Vestida de smoking e com um bigodinho, ela ficava esperando a noiva (Andrea Bettencourt), que chegou num calhambeque azul, véu e grinalda e buquê de couve-flor. O casal caminha pelo espaço seguido de uma moça alegre (Esther Barki) de vestido com estampa colorida e faixa no cabelo, carregando um cesto cheio de bananas. E, nesse palco improvisado, os convidados filmavam, fotografavam e até ganharam umas frutas.