Desenvolvimento econômico em lugares que se originaram de colônias de exploração tem sido associado, histórica e culturalmente, ao domínio a qualquer custo e à degradação do ambiente. Na cabeça dos bucéfalos, sejam eles miseráveis ou bilionários, não se pode ganhar dinheiro conservando os recursos naturais, pois dá trabalho e, para ganhar dinheiro rápido e com o menor custo possível, o negócio para os mais abastados é manter a pose de politicamente correto com muito marketing, autovalorizando-se e, no mundo real, despejando esgoto, lixo em rios, lagoas e baías. Afinal, que mal tem se render dinheiro fácil e a sociedade local não se incomodar e continuar consumindo!?
É a eterna ideia de particularizar os ganhos e socializar o prejuízo — coisa muitíssimo comum em muito lugares. No entanto, em outros lugares, que também não são perfeitos em tantos outros aspectos, até porque perfeição depende do olhar de cada um, a natureza é tratada como parceira e gera bem-estar e tantos outros produtos comercializáveis que geram o tal dinheiro.
Infelizmente essas “novidades” ainda continuam distantes de uma cidade que se vende como ecoturística e que se especializou em destruir seu principal produto: os recursos naturais. Enfim, resta sempre a expectativa de que alguém com poder e vontade política entenda o momento gravíssimo que vivemos e faça a diferença, ao contrário de todos os governantes que por aqui passaram e nada fizeram.
Resta a bela imagem do colhereiro norte-americano (lindas aves rosas), que, diferentemente de seu parente carioca — ainda sentenciado a padecer no meio do lixo, esgoto e cianobactérias —, vive num curso d’água que corta um dos vários centros comerciais da cidade turística de Orlando, no estado da Flórida. Neste sábado (02/11), por meio de passeios guiados em aerobarcos, visitarei outro parque que usa recursos naturais.
Pois é… Resta saber até quando vamos insistir nos ecocídios em nossa cidade e, de forma diferente, valorizarmos e de fato ganharmos dinheiro de forma sustentável, gerenciando nossos recursos naturais?! O futuro dirá!