A exposição “Leonilson por Antonio Dias — Perfil de uma coleção”, consta de 38 desenhos e pinturas de Leonilson (1957-1993) que pertenciam a seu amigo Antonio Dias (1944-2018), a ser aberta para convidados nesta quinta (12/09), a partir das 7 da noite. A mostra dá sequência à programação da Pinakotheke que fala da amizade entre artistas. Uma das histórias (de 1992): Leonilson mandou um desenho para o Antonio, com uma carta.
Um trecho da resposta de Antonio, também por carta, em 3 de maio de 1993, poucos dias antes de sua morte: “Antes de voltar (de Milão), peguei dois trabalhos seus e resolvi trazê-los para Colônia. Todo dia, passo em frente e me lembro de você. Fiquei muito emocionado quando recebi sua carta. E gostei tanto do que a carta dizia. Gosto muito de ter você como amigo. Estou pensando naquela ponte que você fez em Milão, que agora está no ateliê do Rio. Fica lá pegando poeira, mas eu não me importo; não consigo entender aquilo dentro de uma caixa de acrílico. É interessante caminhar em cima da ponte, fazer a ponte. Neste momento, eu não sei onde estou na ponte. Acho que é ainda naquele pedaço horizontal, que liga dois polos. Uma ponte é uma projeção. Aonde acaba a ponte? Acaba onde toca um outro ponto. Creio que isso é a maravilha da compreensão. Eu só vou chegar ao Brasil em fins de julho. Gostaria muito de lhe rever e dizer novamente que eu gosto mesmo de lhe ter como amigo.” Não chegaram a se rever. A ponte está na exposição, assim como várias cartas originais, cedidas pelo Projeto Leonilson.