As novelas, mesmo com seu grande sucesso, não fazem jus à versatilidade de Eriberto Leão: ele é muito mais do que o mocinho bonito e simpático que encanta as fãs e estampa capas de revista; é produtor, músico, cantor e premiado ator de muitas faces e mídias. Campeão de bilheteria nos cinemas pela comédia “De Pernas pro Ar 2”, pode ser visto, no momento, no teatro, com uma interpretação intensa e emocionante de Jim Morrison.
Aos 41 anos – são 17 de carreira -, Eriberto vem sendo aplaudido de pé no Teatro Leblon ao fim de cada apresentação do musical “JIM”. Fã do vocalista da banda The Doors, canta 10 músicas na produção descrita como um “espetáculo-show”. A atuação visceral levou colegas de profissão às lágrimas; Eriberto está o próprio Jim Morrison – efeito, talvez, de sua filosofia de vida: se lançar, buscar a perfeição, “ser totalmente independente de tudo e de todos”.
“JIM” fica em cartaz até 25/08, incendiando a plateia. São “pessoas loucas para recriar esse mundo; é muita sincronicidade ou o quê?”, diz Eriberto na entrevista deste sábado, na “Invertida”, lembrando uma coincidência: ele interpretava “Light My Fire” ao mesmo tempo em que um grupo tocava fogo em barricadas, nas ruas próximas ao teatro.
UMA LOUCURA:
Viajar pela América do Sul de moto, seguindo o roteiro da viagem de Ernesto “Che” Guevara e alberto granado – como fiz qquando moleque, lembrança para a vida toda. Inesquecível.
UMA ROUBADA:
Roubada foi votar errado. Vários em que votamos – eu, você e tanta gente – estão aí desonrando a Pátria.
UMA IDEIA FIXA:
Ideia fixa é ser totalmente independente de tudo e de todos; ninguém consegue, mas ter isso como meta te abre as portas da liberdade. É impossivel, mas….
UM PORRE:
De vinho. No primeiro dia de aula da EAD/USP, em homenagem a Dionisio.
UMA FRUSTRAÇÃO:
Frustração é Marina Silva não ser ainda nossa presidente; já votei nela. Quando a conheci, em Nova Jerusalém, em 2010, pós-espetáculo, tinha acabado de me apresentar para 15 mil pessoas e estava ainda vestido de Jesus Cristo. Foi um encontro emocionante e sincero!
UM APAGÃO:
Apagão foi dormir 18 horas depois de 48 horas acordado, trabalhando. Isso foi bem recente, semana passada – nessse periodo, rodei o curta ’Luiza’, num dia só, com a Paula Burlamaqui – ainda sem data de estreia. Estava fazendo o ‘JIM’, além de um trabalho que estava marcado em Minas.
UMA SÍNDROME:
A síndrome de Justiça. Nao dá pra segurar mais; nao sou só eu, é todo o povo brasileiro, como estamos vendo.
UM MEDO:
Medo de não enfrentar o medo. ‘Quando você enfrenta um medo, ele perde o poder sobre você (Jim)’.
UM DEFEITO:
A busca pela perfeição, sempre no meu trabalho – sempre.
UM DESPRAZER:
O desprazer de não ser autêntico. Às vezes, somos quase que forçados a vestir uma máscara, pra viver em sociedade.
UM INSUCESSO:
Insucessos são alguns que me levaram a sucessos – às vezes, é necessario. Peças que não deram certo, mas me levaram a outras peças muito bacanas.
UM IMPULSO:
Light my fire!!!!!
UMA PARANOIA:
Am I the Lizard King (como Jim Morrison também era chamado)?
Cantar “Light my fire” e dizer “Vamos recriar o mundo! O palácio da concepção está ardendo. Olha! Vê como arde!!! Aqueça-se em suas brasas!!!”, esta semana, para uma plateia lotada no teatro Leblon, enquanto, na mesma hora, incendiavam vários pontos no mesmo bairro, com pessoas loucas para recriar esse mundo. Isso, pra mim, foi muita sincronicidade, ou foi o quê? Penso: será que eu tô ficando louco? Não concordo com vandalismo, mas tenho certeza de que é um reflexo dessa necessidade absurda de um mundo que está dando errado.
Meu bem, o certo é “INCENDEIA”!
Eriberto Leão INCENDEIA a platéia…
– Fica bem melhor assim, não ?
Desculpe, mas a chamada não devia ser: incendeia a plateia?
se escreve I N C E N D E I A , entendeu ESCRITORA ?
Essa peça vêm a Porto Alegre???? Gostariamos muito!!!
Fico contente em comentar sobre o Eriberto Leão, o primeiro contato c/ o artista (artista sim) pois canta, toca e interpreta, foi em 2000, c/ a banda “Estranhos” no teatro Ipanema, e acompanho sua trajetória na telinha e seus comentários em entrevistas sempre consistentes e sem afetações, em Oficinas das borboletas encenada no CCBB do Rio em 2012, constatei um cara simples e simpático, parabéns Eriberto.
gostaria de ver essa peca em sampa…