Não é só na Serra do Rio que os focos de incêndio estão fazendo estragos. Em Simão Pereira, Minas Gerais, ao lado da cidade de Comendador Levy Gasparian, no Rio, a situação só não descambou para a tragédia por causa da união dos trabalhadores locais. Vários funcionários de fazendas vêm fazendo mutirões para tentar apagar o fogo. “Não aparece nenhum tipo de ajuda como Defesa Civil, Ibama, bombeiros ou algo que o valha. Os telefones que consegui no 102 de nada servem”, conta o criador de acessórios e artista plástico Marzio Fiorini, dono, com o marido, o hoteleiro François Dussol, de uma fazenda na região.
Ele diz estar passando por uma experiência traumática. “As fazendas vizinhas estão queimando e nos ameaçam. Na sexta-feira (17?10) à noite as chamas estavam enormes e do terraço do meu quarto eu sentei e chorei. De tristeza e de impotência, desespero de ver a quantidade de pássaros perturbados, voando sem rumo”, conta.
Há outro agravante: a Mata Atlântica nas redondezas é o habitat de macacos bugios, também ameaçados. A esperança é que chova por lá o mais breve possível.