A bela Guilhermina Guinle está com a “cara na pedra” no Country Club, ou seja, concorrendo para entrar de sócia no mais exclusivo clube do Rio, em Ipanema. “Cara na pedra” é uma maneira de dizer que o candidato a sócio está exposto (mas nem sempre disposto) a levar bolas pretas ou brancas: as pretas barram e as brancas aceitam.
No caso dela, dificilmente seria barrada, por pertencer a uma família tradicional na cidade carioca e por seu pai, Gordo Guinle, ser sócio e querido no clube. O rostinho da atriz já está no quadro de avisos, à entrada da sede, com a foto, o nome e o sócio que a indicou.
Um título está custando R$ 250 mil, mas quem compra precisa pagar a transferência , que custa mais R$ 120 mil, ou seja, ela precisa desembolsar R$ 370 mil. Claro que, se alguém estiver passando por problemas financeiros ou qualquer perrengue e quiser vender mais barato, é assunto de cada um – o que já aconteceu inúmeras vezes. Quando o titular morre, a transferência do título é feita para parente ou dependente, pelo valor de R$ 30 mil, mas esse não é o caso de Guilhermina.
Agora, é esperar: o conselho se reúne sempre na última quarta-feira de cada mês.
A FUTILIDADE, É A PRINCIPAL MARCA DAS MATÉRIAS DESTA COLUNA!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
A atriz Guilhermina Guinle,frequenta o club desde que nasceu, e é muito querida!
Há os que podem e os que gostariam de poder!
O resto é inveja!
É, a nossa querida atriz, Guilhermina Guinle, pode e deve, fazer, parte deste clube, tão tradicional, do rio de Janeiro, temos mais é que prestigiar e muito estas pessoas de valor, a serem, empossadas nos quadros destes clubes, que reunem, a nata de nossa sociedade, um estado sem, uma boa sociedade, tradicional, fica sem representantes, de peso…parabens Guilhermina, aí vai meus votos para que, tu sejas, bem aceita…carmen
Estou. feliz em saber, que a nossa querida atriz guilhermina guinle, foi apresentada, para ser uma nova sócia, do Country Club, ela merece, representa muito bem nossa, alta socidade, e além do mais, é muito bonita, e muito simples…..carmen
Justamente porque ela é Educadérrima, gentilíssima e super low profile!
Uma pessoa como ela nascida e criada lá dentro ,não precisa de votação já entrou .
Chega de futilidades na coluna ponha assuntos mais seríos.
O Ibrahim Sued usava bola preta/branca. É predrA branca/preta mesmo?
Acabei de saber que ela foi vetada por causa do perfil do marido. O que de fato aconteceu é que os membros do conselho – alguns advogados renomados – fizeram fortes ressalvas ao perfil profissional do marido da atriz que não é nem nunca foi rico, famoso ou renomado. Só em pensar em ter este pobre coitado frequentando o Clube, mesmo sendo marido de uma pessoa tão adorável como a Guilhermina já foi motivo suficiente para as bolas pretas. Quem sabe quando ela tiver escolhido melhor o próximo marido suas chances mudem e ela possa voltar a frequentar o clube fundado pelos avós.
“Enfin L’avocat chicaneur est tombé du cheval”
Por Danuza Leão
Passei a detestar clubes desde o dia em que, há muitos anos, presenciei uma conversa entre alguns sócios de um famoso clube do Rio, o Country. Nesse tempo a garotada tinha a mania de roubar carros, dar umas voltas no quarteirão e depois largá-los em qualquer lugar. Detalhe: não eram ladrões, apenas adolescentes brincando de transgredir.
Só que nesse dia a polícia viu, e foi atrás; os meninos, apavorados, entraram no estacionamento do Country (eram filhos de sócios), e a polícia foi atrás. O final dessa história não importa, mas nunca esqueci do que ouvi. Segundo esses sócios, a polícia não tinha o direito de entrar num clube privado, que tal? Foi a partir daí que comecei a detestar clubes e, mais ainda, os que ditam as regras dos clubes.
No Country é assim: a pessoa que pretende ser sócia, em primeiro lugar compra um título –entre R$ 500.000,00 e R$ 1.000.000,00; depois paga o mico de ter seu nome estampado num quadro, e se arrisca a pagar um mico ainda maior, o de não ser aceito (as famosas bolas pretas), e ter que fingir que nada aconteceu. Ninguém jamais saberá porque a pessoa levou bola preta, e também jamais saberá quem deu a(s) bola(s) preta(s). Esse é um ato de covardia, e como no clube ninguém tem assunto, um prato para os sócios. O alvo predileto dos que votam costuma ser mulheres solteiras e bonitas; eles sabem, intuitivamente, que a elas jamais terão acesso. E tem o grupo das mulheres, que pressiona os maridos para votar contra, porque não querem no clube mulheres solteiras e bonitas, ai ai.
O Country é um clube decadente, frequentado por pessoas –excetuando algumas poucas– tão decadentes quanto. Gente que não tem coragem de se expor, e passa a vida almoçando, jantando, casando, traindo, roubando, dando pequenos golpes dentro da própria família, protegida pelas paredes do clube; lá tudo pode e tudo é perdoado, desde que aconteça entre os sócios. É como se fosse um país dentro de outro país, com um presidente, seus ministros, suas fronteiras, suas leis. Não sei onde tem mais mofo, se nos sofás ou nas cabeças desses frequentadores, que adoram seus privilégios: as piscinas, as quadras de tênis, a liberdade de assinar as notas para pagar no fim do mês –quando pagam. Como os sócios estão, em boa parte, falidos, podem comer seu picadinho –ruim– lembrando dos velhos tempos. Bom mesmo vai ser no dia em que um deles escrever um livro contando as histórias do clube, que devem ser de arrepiar, mas vai ser difícil: quando você fica sócio, passa automaticamente a fazer parte de uma sociedade secreta, tipo uma máfia, onde a ormetà (voto de silêncio) é sagrada. Tudo pode –e põe tudo nisso–, desde que seja só entre eles.
Logo que cheguei de férias soube do affair Guilhermina Guinle, que tentou ser sócia do clube mas foi bombardeada por bolas pretas. Pensei, pensei, e não entendi. Por que uma mulher bonita, charmosa, rica, de sucesso, quer ser sócia do Country? E pensei que, como todos os que já receberam as tais bolas pretas, ela mereceu: é o castigo de querer pertencer ao clube mais gagá do Brasil. Dá para entender que uma pessoa pague uma fortuna pelo título de um clube em que alguns poucos vão decidir se ela pode frequentá-lo? E é possível alguém querer frequentar um lugar em que é preciso pedir licença para entrar, e essa permissão ser dada –ou não– por um pequeno grupo cujo momento de gloria é a reunião do clube, onde podem dar vazão às suas frustrações e se vingar da vida? Não dá para entender mes-mo.
Aliás, seria uma boa ideia desapropriar aquele belo terreno que dá frente para a av. Vieira Souto e fazer ali um jardim público onde os atuais sócios poderiam ir dar seus passeios e falar mal da vida dos outros, sem pagar um só tostão.
O papa se demitiu, os meteoros estão caindo, o mundo se acabando, e o Country continua acreditando em suas bolas pretas. É de chorar.