“Lâmpadas de Mercúrio”, ensaio fotográfico inédito de Pedro Stephan, será o único carioca na coletiva “Sempre Gay: meninas de azul e meninos de rosa”, que será inaugurada dia 24 de outubro, na Galeria Transarte, na Vila Madalena, em São Paulo, mostrando os diversos aspectos da homossexualidade nas artes visuais.
Segundo Pedro, o ensaio é um poema visual homoerótico sobre a pegação anônima no Aterro do Flamengo, o parque público coincidentemente criado por dois gays, Lota Macedo Soares e Burle Max. “Sou cidadão do Flamengo, onde fiz muitos amantes e grandes amigos. Vivi nos anos 80, saía da praia e ia para o Aterro fazer pegação, e era muito livre, sem pudor, sem medo, sem preocupação. Naquela época, o romance não era separado do sexo. Engraçado é que se é um casal de hetero no Aterro, eles estão lá para um banho de lua, se são dois viados, é putaria”, diz ele.
São 30 imagens de amigos de Pedro, abraços e beijos no cenário, sem “nudes”, feitas em 2005 e guardadas desde então. “Fui à noite para o Aterro e levei seguranças armados junto comigo. Fotografei o Aterro de cabo a rabo e depois fiz uma fotonovela mostrando que pegação não é só sacanagem, mas também romance. Tentei subverter o clichê”, explica.