A política do Rio adora questões delicadas. O deputado Luiz Paulo, ao falar sobre o projeto (do qual é coautor, junto com André Ceciliano) de conceder a medalha Tiradentes ao cantor Fagner, na Alerj, aproveitou para fazer uma brincadeira com o deputado Alexandre Freitas, do Novo, que é bastante alinhado com a política do governo Witzel e com deputados do PSL. Ao falar por seu partido, Freitas disse: “Apesar de registrar a abstenção do Novo, quero parabenizar o deputado Luiz Paulo e ouvir uma palinha de uma música do Fagner”.
E teve a resposta: “Não vou cantar só porque ele me pediu (rs). Sempre achei que o Fagner canta com alma, coloca sua libido no que transmite e tem uma expressão importante do Nordeste. É claro que algum deputado do partido Novo pode não conseguir perceber a alma popular. Ele soprou no meu ouvido: em homenagem àquela música que fala do peixe, que queria ser uma sereia, mas não vou cantá-la”. Jair Bittencourt, vice-presidente da Alerj, desconversou, ou quase isso. “Tenho certeza de que os deputados do Novo já curtiram e namoraram ao som de Fagner”.
Até quem não tinha nada com isso, ou pelo menos não devia, se meteu só porque o sonho de ser sereia surgiu no assunto. Apenas por estar no meio do fogo cruzado, Márcio Pacheco, líder do governo Witzel na Alerj, sentiu necessidade de reafirmar sua masculinidade. “Para que minha declaração não pareça homofóbica, não tenho nada contra a declaração do deputado Luiz Paulo, que diz respeito ao fato de o deputado Alexandre querer ser sereia. Ele apontou para o meu lado, mas quero que fique claro que a afirmação era sobre o Alexandre”.
Peixes ou sereias, o projeto foi aprovado! Fagner receberá a medalha Tiradentes, ainda sem data definida.