O consumo não é apenas impulso, vaidade ou modismo – ele tem um impacto superimportante na autoestima. Pode ser indicado, em muitos casos, na recuperação de uma pessoa que saiu de uma doença, um trauma, etc…
Uma coisa é o consumo; a outra é a moda. O consumo consciente é o que realmente está na moda hoje em dia. A palavra mágica para esse consumo é “ecologia”. Sabemos que a moda explora a cadeia de produção e, dependendo da empresa, isso representa um desgaste ou não para o meio ambiente. A moda nos induz a comprar com frequência, mesmo sem necessidade. No entanto, precisamos saber o que existe por trás das indústrias, antes de consumir: como elas se comportam na produção de seus produtos. Existem tantos senões que vão desde o trabalho escravo até a exploração e desgaste do meio ambiente.
Hoje vemos uma nova geração, que, antes de consumir, olha essas questões com cuidado.
No Brasil, temos sites especializados em classificar as empresas: se são ecológicas, se se preocupam com sua produção, se contribuem para a economia sustentável…
Para a tecnologia e a construção, é importante que nós, arquitetos, tenhamos também esse cuidado ao especificar um material. A evolução e a modernidade devem estar estar em harmonia com o meio ambiente. O contraste da arquitetura moderna com a natureza deve acontecer apenas visualmente. Ver a diferença de linhas retas da arquitetura moderna na paisagem pode ser lindo. Porém, se o preço desse contraste e dessa tecnologia, ou o consumo dela, for impactar o meio ambiente, tudo perde o sentido. Arquitetura deve, mais do que nunca, alinhar-se a essas questões, como aquele material foi produzido, e tudo mais.
Os novos e modernos consumidores estão bem mais interessados na forma da produção do que no produto final. Sabendo da nova moderna e saudável forma de consumo, cabe aos arquitetos contemporâneos especificar e validar matérias-primas e materiais que estejam em harmonia com a natureza, na exploração e na produção. Acho lindo ver, na natureza, suas formas orgânicas misturadas com as linhas retas da arquitetura moderna; saber que esse contraste é apenas visual, e que o meio ambiente, preservado e respeitado, é muito mais bonito e confortante. Progresso, tecnologia, moda e consumo só podem ter sentido se forem conscientes.