Educação é uma pauta que tem começo, meio, mas não tem fim. Desde os primórdios da vida em sociedade, as pessoas sabem o valor e o peso de possuir conhecimentos variados, tanto que sempre deparamos com a máxima “sem educação, não há solução”. Ela salva, transforma e gera uma sociedade com infinitas possibilidades positivas e saudáveis.
Para se adequarem à pandemia, os métodos de ensino deixaram de ser presenciais, e a casa foi transformada em escola. Para muitos jovens, a mudança criou possibilidades confortáveis e práticas. E, mais uma vez, os espaços se adaptaram com mesa e cadeira confortáveis, iluminados e ventilados, para criar uma atmosfera ideal para essa função.
Mas o que aconteceu com as crianças? Muitos pais ambientaram um cômodo de forma lúdica, com cores animadas, iluminação natural, varandas abertas, com objetos que inspiram a criatividade etc. Nada disso, porém, substituiu a escola; o que causou foi um impacto na educação em todas as classes sociais.
Um estudo recente, feito pelo Fundo de Emergência das Nações Unidas para a Infância (Unicef), em parceria com o Cenpec Educação, mostrou que as crianças com idade entre 6 e 10 anos foram as mais prejudicadas com a exclusão escolar.
Além do ambiente adequado, existe a socialização escolar, além de sentar e viver a rica experiência do espaço da escola com um livro nas mãos e os amigos em volta.
No universo infantil, a casa não substitui a escola, mas a escola substitui a casa. Hoje, as escolas da primeira infância procuram ambientar os espaços de forma bem parecida com a casa, com quarto de brincadeiras, o quarto da soneca, um espaço para trocar fraldas, tudo ambientado de acordo como a vivência em casa, o que traz conforto e segurança.
Perguntamos a Maria Teresa Marie Graça, professora da Escola Americana do Rio (EARJ), o que é a casa-escola e vice-versa. “Na pandemia, sentimos uma grande diferença nessa adaptação. Foi tudo muito rápido, então as crianças entre 6 e 9 anos sentiram muito. As menores tiveram uma enorme dificuldade em se adaptar à vida online e se familiarizar com as plataformas. Nessa idade, a capacidade de se concentrar é muito difícil; por isso, temos que incentivar o tempo todo, com situações reais e presenciais — a escola foi feita para esse vínculo e para essa função! O processo de educação foi muito interrompido; já para os jovens, a mudança trouxe comodidade e muito mais opções também. Além do objetivo e da determinação, os jovens puderam fazer cursos online em qualquer lugar do mundo, com o mesmo valor acadêmico, como se estivessem presencialmente. No entanto, a maior mudança que senti foi no comportamento, pois a falta da vida em conjunto, suas regras, saber jogar, ganhar ou perder foi um desafio para os jovens e muito mais para as crianças — cerca de 90% das crianças no Brasil perderam o período de alfabetização”, diz.
E continua: “Acredito muito na proximidade da ambientação das escolas com a casa, principalmente para a educação da primeira infância. Crianças que convivem desde cedo, trocando, observando, em locais inspiradores, saudáveis e acolhedores, recebem a informação de forma igualmente suave e confortável. A educação deve começar cedo e é a chave de uma sociedade justa e feliz!”