Nem toda casa bem construída e arquitetonicamente harmônica é confortável, associada a uma avaliação bem pessoal. Geralmente temos uma ideia universal básica de conforto, ou seja, o que é macio, suave, morno, fresco etc. No entanto, existe um olhar sobre o conforto que é único e personalizado — pessoas que odeiam muita luz, cores claras demais, listras, formas geométricas, ângulos cortados e condições infinitas.
Para um arquiteto ou decorador decodificar essas preferências, o projeto deve ser feito com total interferência e participação do(s) dono(s). Fórmulas prontas não funcionam, muito menos para uma ambientação com final feliz para todos. Construir uma casa cheia de tendências e design pode parecer fácil, mas é muito mais desafiador. Trabalhar em conjunto é a solução para o bem-estar de todos.
Os designers criam novas formas de ambientes que se integram, painéis deslizantes, marcenaria encaixilhada (sem moldura), novos materiais de revestimento, acrílicos com as mais incríveis impressões. Todo esse arsenal é criado com um único objetivo: dar conforto. Mas os moradores precisam se identificar com cada um dos itens dessa casa moderna.
Para muitos, uma casa confortável é clara, sem muita luz artificial direta, com abertura externa, cores claras e um sofá e poltronas macios com uma ergonomia aconchegante. Já para outros, a utilização de cores e a profusão de todas as tecnologias disponíveis são fundamentais para o conforto. Então, um princípio básico é aceitar o olhar dos clientes para criarmos um mundo melhor, tanto dentro como fora de casa.
Perguntamos a Carolina Macabu, dona de casa, o que é um ambiente confortável. “Na pandemia, percebi e vivi muito mais a minha casa, aliás como o mundo inteiro. Defeitos e qualidades, o que me faz sentir bem ou mal. Mudei o que não queria mais e procurei ver o que me faz mais feliz visualmente. Percebo que, para mim, uma casa confortável não pode ter muita luz direta porque detesto luzes em excesso no teto. Gosto de abajures e, como amo arte, adoro a luz dos backlight com fotos de paisagens ou com arte. O sofá tem que ser grande e extremamente confortável. Gosto mais de ficar na sala do que no quarto, então, para mim, ela tem um papel importante e deve ser multifuncional, com TV, escritório e um estar que acompanha e se mistura harmonicamente com tudo isso. Também não gosto de cores fortes; prefiro casa monocromática. Os lugares mais importantes para mim são a sala e o banheiro. Priorizar esses dois locais foram meus pedidos para as arquitetas que me ajudaram. Acho que uma casa confortável é aquela onde nos sentimos à vontade, numa interação total com nossos desejos e prioridades.”