Cuidar da pele e de nós mesmos é tão importante e prazeroso quanto dar um trato na casa. Tudo o que reproduzimos em casa diz muito sobre como lidamos com a vida. O desenvolvimento de uma criança, por exemplo, está intimamente ligado ao ambiente em que cresceu e viveu desde a sua primeira infância. Se foi organizado, limpo, fresco e arejado (ou o contrário), tudo passa por ali – memórias e hábitos ficam gravados nas paredes da casa.
Muitas vezes, ao vender uma propriedade onde vivemos desde a infância, ou mesmo ao revisitá-la, pode causar fortes emoções, como se estivéssemos despedindo-nos ou visitando alguém que participou intensamente da nossa vida.
A importância e a experiência com a arquitetura começam cedo e nos moldam para a vida. Por isso, quando elabora um projeto, o arquiteto sabe o quanto é importante um olhar atento, delicado e sensível para quem for morar ali.
Muito mais importante do que reproduzir a moda, o profissional tenta, dentro da técnica e avanços tecnológicos, reproduzir o bem-estar e a empatia de quem for viver ali. Muitas vezes, cabe também estimular o cuidado, criando possibilidades para facilitar a manutenção, além de espaços funcionais, ventilados, iluminação natural e materiais de revestimento práticos.
Para muitos, cuidar da casa é um prazer; para outros, nem tanto. Porém ter uma casa organizada é um prazer universal e traz mudanças positivas.
Perguntamos ao designer de interiores José Hue (filho do arquiteto Jorge Hue, que morreu em 2021), da CROMO Arquitetura+Interiores, e também formado em música em Düsseldorf, na Alemanha (hoje faz doutorado em música na UFRJ, com a tese “Villa Lobos e o Modernismo”), sobre o prazer da casa cuidada:
“Mais do que prazer, ter a casa cuidada é uma necessidade de alma. Na nossa casa, nos revelamos, tiramos nossas máscaras e somos nós mesmos e é onde nos regeneramos. Nesse local íntimo, nos desarmamos e nos conectamos; por isso, a casa precisa ser amada e inserida. A casa cuidada e organizada reflete um ser organizado e equilibrado. Sou guardião e zeloso dos meus afetos, e tudo o que me traz aconchego merece cuidado e atenção. Por isso, antes de dormir, passeio silenciosamente, trocando confidências e lembranças com os objetos da minha casa, que é uma espécie de Shangri-la (lugar paradisíaco nas montanhas do Himalaia), onde, ao abrir a porta, encontro paz e sossego, entregando-me por completo à significância plena e qualitativa do templo de Kairós (na mitologia grega, é o deus do tempo oportuno)”.
E completa: “Só um profissional que respeita e ama esse local sem modismos consegue interpretá-lo e transformar um espaço em lar que merece ser amado e cuidado. Por isso, adoro o que faço!”
Amo esse profissional incrível! Sensivel e talentoso, link de sucesso e bom gosto!!!