A Medicina do futuro acredita que a saúde está associada ao sistema imunológico, e este, ao cérebro, aos pensamentos, hábitos, tais como: alimentação, atividades físicas e ao lado emocional. Futuramente, o profissional da Saúde vai focar no eixo psico-neuro-imune-endócrino (que estuda as interações entre os processos psicológico, neurológico, endócrino e imunológico) e vai mudar a percepção do indivíduo, estimulando-o a ter uma vida mais feliz, tendo pensamentos positivos e focando no bem-estar .
Chegamos então à casa, lugar determinante para nos sentirmos felizes e acolhidos. Se pensamentos positivos geram energias positivas, é em casa que elas circulam. Chegar a casa e sentir que o espaço é acolhedor, que nos espera para o descanso merecido, isso, sem dúvida, cria pensamentos felizes e as melhores energias.
O arquiteto do futuro vai considerar todos esses fatores com a mesma intensidade que a proporção, tecnologia, projeto arquitetônico e harmonia, tal como o médico do futuro.
Na Arquitetura, a proporção pode até ser substituída por um superprograma de computador, mas a interpretação da harmonia e do bem-estar, da gentileza, do carinho com o espaço da casa como proprietário será sempre uma interface humana feita por um arquiteto.
Atravessando culturas por séculos, a casa vem exercendo inúmeras funções, mas principalmente como abrigo que acolhe e protege. Quanto mais sentimos que aquele espaço nos representa, que tem a nossa identidade, mais gostamos de cuidar, organizar, para nos sentirmos bem e relaxarmos.
Sentar num sofá confortável ou mesmo deitar numa cama perfeita, cheirosa e limpa é quase estar num estado de meditação, ter um momento de paz e tranquilidade.
Nós, arquitetos, além de termos a preocupação com a felicidade e o sucesso de um projeto, sabemos que essa sensação dá ao proprietário uma vida feliz e saudável. Se projetar agora já é bom, com a consciência da Medicina do futuro é ainda melhor.
Perguntamos à médica Flavia Cirillo, 37 anos, como é a sua casa, quais os hábitos etc. “Antes da pandemia, vivia no modo automático e com uma vida muita corrida. Com a pandemia, mudei quase todos os meus hábitos, incluindo ficar em casa. Descobri um prazer imenso em ficar com a minha família (filha e marido) simplesmente em casa, sem fazer nada. Assistir a TV, cozinhar para poucos amigos ou mesmo minha família, hábitos simples, mas altamente felizes substituíram uma vida social intensa”, diz.
E continua: “O meu olhar do trabalho também mudou — hoje continuo trabalhando muito, porque adoro o que faço, mas priorizo meus fins de semana com a família; a vida social foi substituída pela vida em casa. O meu olhar para a casa também se transformou e hoje tenho hábitos de deixar o sapato no hall, usar máscara quando alguém está resfriado. Ficar em casa virou prazer. Com certeza, emanamos muitas energias positivas e pensamentos felizes nos momentos em que estou em casa confortável, com a decoração que me acolhe e com a minha família que eu amo.”