Na palestra sobre arquitetura latino-americana, o arquiteto Mário Figueroa destacou os espaços públicos da cidade de Medellín quando falou sobre a elegante arquitetura na Colômbia. Ele impressionou a plateia com os projetos sofisticados, modernos, feitos com materiais nobres e assinados por fantásticos profissionais.
A cidade colombiana, como muitos sabem, foi ocupada pelo cartel de Pablo Escobar e, quando foi desmontado, os índices de mortalidade infantil e anafalbetismo eram os maiores da Colômbia e da América Latina. Através de um investimento pesado e ininterrupto na educação e na ocupação dos espaços públicos com projetos para o lazer e esporte, a cidade foi se recuperando rapidamente.
Como resultado, hoje apresenta um dos menores índices. O curioso, na ocupação desses espaços públicos, foram a qualidade dos projetos e o nível de acabamento. Os projetos são elaborados pelos melhores arquitetos do país, e os materiais, a tecnologia e a implantação são os mais modernos existentes no momento. Esse investimento foi integral e, apesar de estarem em áreas carentes, não pouparam criatividade e materiais nobres.
Juntamente com esse investimento estético tão importante para a autoestima de uma população, um movimento cultural de preservação e conservação também teve o seu lugar. Conhecimento, cultura , bem-estar e beleza mudam totalmente o nosso olhar. Investir nas áreas públicas significa melhorar uma cidade, dar um novo uso para áreas abandonadas para o lazer, esporte, cultura e natureza.
Se Medellin conseguiu, por que não podemos? Perguntei à Clarissa Schneider, que trabalhou como editora da casa Vogue por muitos anos e hoje tem uma rede social das mais acessadas quando o assunto é arquitetura, e ao lado do arquiteto Mário Figueroa, que participa das concorridas palestras sobre arquitetura latino-americana.
“Um bom arquiteto urbanista é capaz de trazer um conhecimento essencial nas definições, nas descrições dos estudos de casos, na maneira de intervir na escala e desenvolver princípios baseados em como a forma das cidades pode impactar a vida humana vivida dentro delas“.