O que nos faz sentir bem na nossa casa? Muitas vezes, nem mesmo a gente sabe responder. Se pensarmos na casa como uma caixa neutra, o que gostaríamos de ter para nos identificar e nos sentir acolhidos? É incrível para nós, arquitetos, a semelhança dos desejos para a maioria das pessoas; mudam apenas em detalhes e situações sutis do dia a dia.
Basicamente, existe muita semelhança de olhar estético regional nos países e até mesmo nos continentes. Apesar da conexão online, continuamos provincianos e influenciados pela localização e pelo inconsciente coletivo desse lugar.
Vemos que o olhar estético responsável por gerar bem-estar está totalmente conectado a essas tendências locais, assim como o comportamento nas nossas preferências em cidades, países e continentes. Existem desejos específicos em cada lugar, e o grande erro de um projeto arquitetônico ou de decoração é não ter esse cuidado e esse olhar delicado e específico.
Um clássico erro desses é projetar, num país tropical, uma casa com teto de vidro, porque o sol forte e contínuo, com certeza, vai inutilizar o uso do espaço e, na decoração, é esquecer de priorizar e ambientar, de forma específica e bem confortável, o lugar mais importante para os donos da casa.
Perguntamos ao carioca Thomaz Delamare, que trabalha no mercado financeiro e já estudou no exterior, tendo hoje uma rotina no Rio, o que mudou para que a sua casa seja confortável.
“Hoje, minha vida tem uma dinâmica supermovimentada, porém organizada. Acordo, vou para a academia, trabalho e casa. Morando no Rio, adoro ter uma varanda, ventilação e muita luz; um sofá confortável de cor leve, com ergonomia perfeita para assistir a filmes e relaxar; um banheiro claro com sauna (item de muito conforto para mim). No meu quarto, gosto de cama grande, uma cadeira confortável também com uma ergonometria perfeita, e uma bancada para meu computador — tudo em cores claras. Para trabalhar no modo híbrido, remoto ou presencial, gosto de ficar com o computador na mesa; assim me concentro mais. Basicamente, minha casa tem arte porque adoro, além de fotos da família — isso me faz sentir em um espaço que me pertence. Cores que sejam claras leves e tropicais, para mim, são a cara do Rio.”