Começamos a nos despedir da pandemia, ou assim dizem os médicos e cientistas, e agora vamos colher os efeitos deste momento. Como a rotina, o olhar e a casa foram afetados? Quais as prioridades e novos hábitos que vieram para ficar?
A palavra polarização é uma das mais repetidas desde 2018 e vivida, cada vez mais, de forma definitiva. Estamos divididos em dois lados e, infelizmente, esquecemos aquele ponto do meio, que é o melhor de todos.
Vivemos intensamente os novos espaços; o escritório um deles. Criamos hábitos de cozinhar, higienizar e observar. O ficar em casa trouxe um grande prazer e tranquilidade para muitos que não tinham essa experiência. E o olhar, voltado para o bem-estar, a natureza e a arte, ganhou prioridade.
Uma casa com decoração e materiais de alto luxo era objeto de consumo, o que passou a ser menos importante do que uma casa bem iluminada, leve, confortável e ciente dos impactos da natureza do consumo inconsciente.
Perguntamos à designer gráfica Nani Bertrand, 36 anos, como é a casa na pós-pandemia. Sua arte tem como inspiração a natureza. “A casa é o lugar onde moramos e precisamos trazer tudo o que acreditamos como valores e a sustentabilidade, a ecologia, o baixo impacto ambiental, valorizar animais, pessoas e processos, tudo isso que faz esse lugar ser nosso lar. Como consumidores, temos um impacto enorme na indústria; por isso, sempre que possível, busco escolher empresas que se relacionam com esses mesmos valores em que acredito. A nossa casa também virou um hub de encontros, e os espaços se tornam cada vez mais multifuncionais. Além de trabalhar, conecto-me com fotógrafos e artistas do Brasil todo, fazendo parte de dois grupos de estudos com encontros online semanalmente e workshops com fotógrafos internacionais. Isto foi uma das coisas boas que aprendemos com a pandemia: otimizar e simplificar nosso trabalho.”